Controladora de voo diz que não tinha autonomia para impedir decolagem de avião da Lamia
A ex-funcionária da agência de administração de aeroportos da Bolívia, que autorizou a decolagem do voo da LaMia, afirmou que não tinha autonomia para impedir a decolagem.
Celia Castedo Monasterio está escondida no Brasil e concedeu uma entrevista ao canal SporTV, com a condição de não ter o local de refúgio revelado.
A ex-controladora afirmou que fez cinco observações sobre o plano de voo redigido pelo piloto Miguel Quiroga.
Ela disse ter alertado representantes da companhia aérea de que o combustível do avião seria suficiente apenas para completar o trajeto entre Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia e Medellin, na Colômbia.
Celia Monasterio ressaltou que apenas a Direção Geral de Aviação Civil da Bolívia poderia ter impedido a partida da aeronave. “Das cinco observações que fiz sobre o plano de voo, a que me chamou mais a atenção e que reforcei três vezes, foi a autonomia do voo. O combustível da aeronave era suficiente apenas para o tempo exato da rota. Nós, como representantes da Ansana, não podemos realizar um pedido de modificação direta, porque somente eles sabem qual é o peso, o combustível que levam”, disse.
Após o acidente, Celia Castedo Monasterio contou que passou a receber ameaças. Ela relatou que não teve tempo para se defender e, por medo, decidiu deixar a Bolívia e pedir refúgio ao governo do Brasil.
A controladora de voo teve a solicitação aceita e, agora, aguarda a formalização do asilo no país.
No dia 26 de dezembro, a Aeronáutica da Colômbia concluiu o relatório sobre o acidente, que terminou com 71 mortes, em novembro.
Os técnicos sugeriram que funcionários da Administração de Aeroportos da Bolívia e também empregados da La Mia sejam responsabilizados pela tragédia.
*Informações do repórter Vitor Brown
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