Convocação de Constituinte que pode aumentar poderes de Maduro aumenta tensão na Venezuela

  • Por Jovem Pan
  • 03/05/2017 09h05
  • BlueSky
VEN106. CARACAS (VENEZUELA), 01/05/2017 - Fotografía cedida por la oficina prensa del Palacio de Miraflores, del presidente de Venezuela, Nicolás Maduro, muestra el documento del decreto que da vía a un proceso constituyente hoy, lunes 1 de mayo de 2017, en Caracas (Venezuela). Maduro convocó hoy a iniciar un proceso para modificar la Carta Magna, un movimiento que la oposición ha calificado de golpe de Estado y por el que ha llamado a los venezolanos a "rebelarse" para evitar la disolución de la república.En Venezuela se realizaron hoy marchas a favor y en contra del Gobierno en el marco del Día Internacional del Trabajador y Maduro aprovechó su tarima, cuando se cumple un mes de protestas antigubernamentales, para convocar a una Asamblea Nacional Constituyente que pidió que sea conformada por la clase obrera, comunal y popular, y que será elegida por el voto. EFE/PRENSA MIRAFLORES/SOLO USO EDITORIAL/NO VENTAS EFE/PRENSA MIRAFLORES Nicolás Maduro mostra documento do decreto por processo constituinte

Líderes da oposição classificam a convocação de uma Assembleia Constituinte como o mais novo capítulo do golpe de Estado na Venezuela. Na segunda-feira, o presidente Nicolás Maduro ordenou a criação de um grupo para “reformar o Estado e redigir uma nova Constituição”.

A Assembleia Constituinte teria 500 membros, sendo metade eleita por setores sociais, e o restante, escolhido por municípios e territórios. A atual legislação, aprovada em 1999 após a chegada de Hugo Chávez ao poder, permite a convocação, mas a manobra foi duramente criticada.

Os principais rivais do governo alertam que a nova Constituição tem como objetivo levar à dissolução do Parlamento, que é controlado pela oposição.

O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Julio Borges, acusa Nicolás Maduro de enganar o população, para consumar o golpe de Estado. Borges pediu que a população volte às ruas para protestar contra a convocação da Constituinte.

Em entrevista a uma emissora de TV local, o presidente da comissão responsável pela ativação da consulta, Elías Jaua, defendeu a manobra. Jaua afirmou, ainda, que a convocação da Assembleia Constituinte vai proteger o legado deixado pelo ex-presidente Hugo Chavéz.

Em entrevista a Vitor Brown, o professor de Relações Internacionais, Alcides Costa Vaz, da Universidade de Brasília, aposta em um aumento das tensões. O professor Alcides Costa Vaz avalia que a convocação da Assembleia Constituinte tende a ampliar os poderes do governo de Nicolás Maduro.

A oposição pede que as eleições presidenciais sejam antecipadas, mas o presidente descarta que a nova Constituição inclua esta possibilidade. Em nota, o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes Ferreira, classificou a manobra como um golpe. O Itamaraty condena a escalada autoritária na Venezuela e afirma que a ação marca mais um momento de ruptura da ordem democrática.

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.