Cortes de verba federal podem paralisar saúde no segundo semestre
A área da saúde, uma das mais afetadas pela crise econômica e política, pode entrar em colapso no segundo semestre pela falta de recursos. A previsão do coordenador da Frente Parlamentar da Saúde leva em conta as dificuldades da pasta em controlar epidemias, cumprir promessas como a do repelente de graça para grávidas e repassar dinheiro aos Estados. Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, por exemplo, deixaram de pagar médicos e funcionários.
O deputado Osmar Terra, do PMDB, que ainda defende a saída de Marcelo Castro do ministério, explica à Carolina Ercolin que os cortes no orçamento terão efeitos catastróficos: “Em agosto provavelmente nós não vamos ter mais recursos federas na Saúde, então vão parar os serviços. Estamos com o risco de paralisia de todos os serviços da saúde no segundo semestre e a origem de tudo é esse desgoverno”.
Para o secretário da Saúde de São Paulo, David Uip, a crise política influi diretamente na gestão e coerência de políticas públicas, especialmente quando há sucessivas danças de cadeira. Uip, que é contra a criação da CPMF, admite dificuldade para fechar as contas do Estado e manter a qualidade do atendimento em tempos de surto de H1N1, zika, dengue e chikungunya: “No próximo dia 5 eu completarei 2 anos e 8 meses de mandato como secretário estadual. Se houver uma nova troca de ministro da saúde, será o 4º ministro no mandato que eu tenho. É difícil ter políticas públicas se você não tem sequência e continuidade”.
Outro fator que torna a administração da saúde em tempos de crise mais complicada é o desemprego, que sobrecarrega o sistema. Em São Paulo, por exemplo, o Estado calcula que 800 mil pessoas deixaram de ser atendidas por planos de saúde e migraram para o SUS.
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