Crédito para financiamento imobiliário pela poupança cai 49,5%

  • Por Jovem Pan
  • 27/07/2016 11h19
21-01-2015 - São Paulo. Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas Cidade de São Paulo

Cenário de economia em desarranjo e crise fez o volume de crédito para financiamento imobiliário com recursos da poupança despencar 49,5%. O investimento de R$ 44,8 bilhões caiu para R$ 22,6 bilhões. A comparação é feita com números do primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado.

Dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) mostram a vertiginosa queda tanto para construção, como para compra de imóveis.

No início do ano, a Abecip projetava para 2016 que os recursos fossem de R$ 60 bilhões para o crédito imobiliário, já com queda de 20,6% em relação a 2015. Agora, a expectativa é que a soma total seja de R$ 50 bilhões, o que representa uma queda maior, de 34%.

Esse cenário tão dramático não era esperado, mas há perspectivas de melhora, segundo Gilberto Duarte de Abreu Filho, presidente da Abecip. “A gente está vendo um novo momento onde as taxas de juros começam a cair, a confiança do consumidor volta a aumentar, a inflação parece que começa a ser domada e as três variáveis juntas ajudam muito nosso mercado. Isso deve fazer com que a partir do segundo semestre o mercado tenha um início de reação”, disse.

O que não permitiu que os números fossem ainda piores foi a habitação popular, financiada com recursos do FGTS. No entanto, o presidente da Abecip alertou que não é saudável depender apenas deste tipo de recurso: “o FGTS foi um elemento que amorteceu o mercado. Mas a única questão é que não podemos pensar num mercado que esteja totalmente dependente do FGTS”.

Nessa modalidade, houve leve aumento no primeiro semestre de 2016, passando de R$ 27,2 bilhões para R$ 27,6 bilhões, aumento de 1,3%.

O presidente também comentou as novas condições dadas pela Caixa para financiamento para categoria mercado, de imóveis mais caros, e a reabertura do plano de ajuda às construtoras. “As construtoras que têm muito estoque e altas dívidas continuam em agenda de redução de estoque. isso vai fazer com que o balanço delas seja mais sadio”, disse.

O presidente da Abecip ainda destaca que para quem quer comprar, esse é o momento ideal, por conta da grande oferta de imóveis, sobretudo nos usados.

*Informações do repórter Fernando Martins

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