Crise e dólar instável atraem franquias estrangeiras para o Brasil
Investidores estrangeiros enxergam oportunidades de negócios no sobe e desce da cotação do dólar no Brasil. Com a moeda americana valendo em torno de R$ 4,00, diversas redes de franquias começam a desembarcar no país.
Os empresários de fora consideram a crise econômica passageira, segundo a Associação Brasileira de Franchising. O diretor internacional da instituição, André Friedheim, afirma que casos de sucesso dão credibilidade à operação: “Entende-se que eles vão ter um período que terão que amargar com a crise que já está no país. Mas daqui a dois, três anos, tudo volta ao normal e essas empresas vão ter entrado barato e o retorno sobre o capital investido vai acontecer de uma forma muito rápida”.
A franqueadora europeia Louyt, que trabalha com mobile marketing, desembarcou no Brasil neste ano e já sente as vantagens da alta do câmbio. Segundo o presidente da empresa espanhola, Alessandro Ribas, parte do investimento programado para a instalação da empresa foi poupado: “Uma última transferência que faríamos do investimento da Espanha para o Brasil, não foi feita. Isso porque os valores que nós transferimos antes acabaram sendo maiores do que o esperado, isso porque o planejamento é em euros”.
Já a rede portuguesa Arranjos Express, que mantém lojas que customizam roupas usadas, ampliou os negócios no Brasil, motivada pela crise na Europa. Segundo o presidente, Paulo Alexandre, as turbulências de 2008 ajudaram a enfrentar as instabilidades do mercado verde-amarelo: “Não sei se pela experiência que eu tenho, de ser de um país de língua portuguesa, um país com uma crise latente a vários anos, já seis ou sete anos, fez com que eu realmente olhasse para essa crise no Brasil e tirasse dela as oportunidades fantásticas que se consegue ter”.
Os setores mais procurados pelas franquias estrangeiras são os de serviços e de confecção. As redes americanas de restaurantes Wendy’s e Planet Hollywood, além da padaria Carlo’s Bakery, devem abrir as portas no Brasil em 2016.
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