Crise política é risco para a recuperação da economia, diz Eduardo Giannetti

Eduardo Giannetti da Fonseca

“O governo está correndo contra o tempo e precisa avançar essas reformas o mais rápido possível, porque a incerteza política ainda está muito grande no Brasil e podem surgir fatos novos que gerem uma ingovernabilidade”. Essa é a visão do economista e professor Eduardo Giannetti da Fonseca, em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã nesta segunda-feira (13).

“O grande risco que a recuperação incipiente da economia brasileira sofre hoje é o agravamento da crise política”, reforça Giannetti. 

Para o economista, no entanto, “o Brasil está posicionado para sair da recessão agora, já no primeiro trimestre de 2017”. Ele avalia que, se isso não acontecer, “vai ser uma pena para a socidedade”. “O sofrimento causado pelo desemprego é a pior coisa da crise pela qual estamos passando”, diz.

Para o economista, “as reformas têm um impacto imediato porque elas alteram muito as expectativas”. “O grande trabalho que tem feito o Banco Central conseguiu reancorar a inflação no centro da meta”, diz. “As expectativas alteram desde já o comportamento dos agentes (econômicos)”.

Lembrando novamente que “o quadro político preocupa”, Se o Congresso tentar aprovar algum tipo de anisitia ao caixa dois ou perdão para dinheiro sujo ao caixa um, vai levar a uma crise porque a população não vai aceitar”.

Giannetti também defendeu a necessidade da reforma da Previdência. “Em nenhum lugar do mundo é fácil você fazer a reforma da Previdência, mas no Brasil ela se tornou imperativa”

Por conta da inversão da pirâmide demográfica, ele avalia que “a conta não fecha”. “O Brasil, embora um país jovem ainda, já está com gasto da Previdência desproporcional”, analisa. O economista pede maior “empenho” do governo em mostrar à população que “nenhum direito vigente” vai ser suprimido, mas que a mudança nas regras da aposentadoria afetariam especialmente os que estão entrando no mercado de trabalho.