Delação premiada não é o estilo de Dirceu, diz advogado de defesa
Roberto Podval, um dos advogados de defesa de José Dirceu, afirma que solicitou a Infraero os registros de voos para confirmar se de fato seu cliente viajou 113 vezes em um jatinho de luxo emprestado pelo lobista Julio Camargo: “A gente tem que ver se esses dados estão corretos, a informação que me foi dada não confere. A quantidade foi um exagero, pedimos para a Infraero, que registra tudo, para ver se confere com a realidade”.
Ao ser questionado se Dirceu faria uma delação premiada, Podval diz: “Nunca foi pensado ou falado em fazer delação. (…) Não é o estilo dele”.
O advogado acredita que outras pessoas quiseram aproveitar o processo para “colocar nas costas” de Dirceu muito mais “erros” do que os cometidos pelo réu. Podval afirma que diversas empresas chegaram a contratar Dirceu por sua influência: “Empresas sérias falaram que pagavam para ouvi-lo. Muitos, inclusive, foram delatores e não podem mentir porque perderiam os benefícios”.
Sobre o adiamento das declarações de Dirceu na Lava Jato, Podval explica que a defesa deve ser sempre a última a se manifestar: “O que eu coloquei é que a defesa é a última a falar e como o Duque está falando na delação premiada, achei justo esperar. Duque pode dizer algo do meu cliente e eu quis ouvir a delação do Duque para fazer a defesa”. O advogado afirma que as delações premiadas são novas no país e que muitas questões devem ser discutidas, já que as decisões da Lava Jato formarão uma jurisprudência.
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