Demografia não lê constituições, diz professor da USP
Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, o economista Helio Zylberstajn, professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP), especialista em relações de trabalho, defendeu as reformas trabalhista e da Previdência propostas pelo governo Temer.
Apesar de considerar que o Planalto “errou na avaliação ao propor uma reforma (da Previdência) muito drástica, acreditando que a opinião pública entenderia a necessidade”, o professor vê uma “necessidade total” de as mudanças na aposentadoria serem feitas.
Isso porque há uma “verdade inexorável”, em sua análise: a demografia. “O brasileiro está ficando mais velho e fazendo cada vez menos crianças. Há menos gente para sustentar os aposentados e mais gente se aposentando”, pontua. “A demografia não sabe ler constituições”, diz Zylberstajn.
Já a reforma trabalhista e a terceirização são só elogios para o professor.
Ele vê um “alarmismo sem nenhum fundamento” contra a proposta de terceirização a ser sancionada pelo presidente Michel Temer. “Criou-se um alarme de que vai chegar um dia em que as empresas vão mudar todo mundo embora e todos nós vamos virar PJ (Pessoa Jurídica). Não vai acontecer”.
Além disso, o economista explica que as empresas continuarão não podendo contratar PJs para esconder relações de trabalho aos moldes da CLT (com horários definidos, chefes, etc). “Essa fraude já existe hoje e a lei não legaliza essa fraude”.
No entanto, “as empresas vão ter segurança de decidir se terceirizam ou não”, afirma. Para ele, a mudança é algo bom para o emprego, o empregador e o empregado e deve gerar ainda mais postos no mercado de trabalho.
Assim como a reforma trabalhista. “O projeto que vai ser votado no Congresso é equilibrado, inovador e avançado. Ele não retira nenhum direito dos trabalhadores”, diz Zylberstajn, desafiando os críticos das medidas apresentadas a listares os direitos suprimidos.
As leis propostas por Temer “permitem que os direitos que existem possam ser negociados em sua aplicação”, entende. Em sua óptica, isso seria um “avanço enorme porque cria um espaço para que os dois lados ganhem”.
Para Helio Zylberstajn, a reforma trabalhista é um projeto “bom” e “salutar” para o País.
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