Dentro da lei ou golpe? Lembre falas de petistas pedindo o impeachment de FHC
Membros do PT afirmaram diversas vezes que o impeachment contra a presidente Dilma Rousseff é um golpe, mas em 1999 o partido trabalhava para conseguir o impedimento do então presidente Fernando Henrique Cardoso.
Em 1998, FHC havia sido reeleito, derrotando Ciro Gomes e Lula, com 53,6% dos votos. Meses depois da posse do segundo mandato, foram apresentados quatro pedidos de impeachment. Michel Temer, que era o presidente da Câmara, arquivou todos.
O primeiro pedido foi formulado por Milton Temer, filiado ao PT, e foi apresentado em no dia 29 abril de 1999. Quando o requerimento foi arquivado, a oposição recorreu ao plenário.
José Dirceu, deputado na época e que está preso hoje, bradava: “O presidente da República, senhor presidente da Câmara dos Deputados que indeferiu o pedido, cometeu crime de responsabilidade porque coagiu o MP. É público, notório e dispensa provas”.
Já o deputado Arlindo Chinaglia (PT- SP) pedia: “Não podemos permitir um País onde alguém, uma autoridade, por mais importante que seja, como é o caso do presidente da República, se sinta acima da lei”.
José Genoino, que cumpriu sua pena do mensalão, também discursou no plenário: “Quando o presidente da República ataca o Ministério Público, ele fere, ultrapassa o limite da lei. Quando o presidente da República age para que a CPI dos Bancos no Senado seja limitada, a investigação do Marka e do FonteCindam, reunindo seus líderes com seu chefe de gabinete civil, adiando o depoimento do ex-presidente do Banco Central, Chico Lopes, é uma exorbitância no ato legal de governar o País”.
Apesar da semelhança entre os argumentos da época com os da oposição no processo atual, para o PT, o processo de impeachment contra Dilma Rousseff é um golpe de estado.
Reportagem: Claudio Tognolli
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