Dentro da lei ou golpe? Lembre falas de petistas pedindo o impeachment de FHC

  • Por Jovem Pan
  • 20/04/2016 14h09
Brasil, Brasília, DF, 26/08/1999. Protesto contra o presidente FHC e o FMI durante manifestação da Marcha dos 100 Mil na Esplanada dos Ministérios em Brasília. - Crédito:MILTON MICHIDA/ESTADÃO CONTEÚDO/AE/Código imagem:183872 MILTON MICHIDA / ESTADÃO CONTEÚDO Protesto em Brasília contra o presidente Fernando Henrique Cardoso e o FMI em agosto de 1999.

 Membros do PT afirmaram diversas vezes que o impeachment contra a presidente Dilma Rousseff é um golpe, mas em 1999 o partido trabalhava para conseguir o impedimento do então presidente Fernando Henrique Cardoso.

Em 1998, FHC havia sido reeleito, derrotando Ciro Gomes e Lula, com 53,6% dos votos. Meses depois da posse do segundo mandato, foram apresentados quatro pedidos de impeachment. Michel Temer, que era o presidente da Câmara, arquivou todos.

O primeiro pedido foi formulado por Milton Temer, filiado ao PT, e foi apresentado em no dia 29 abril de 1999. Quando o requerimento foi arquivado, a oposição recorreu ao plenário.

José Dirceu, deputado na época e que está preso hoje, bradava: “O presidente da República, senhor presidente da Câmara dos Deputados que indeferiu o pedido, cometeu crime de responsabilidade porque coagiu o MP. É público, notório e dispensa provas”.

Já o deputado Arlindo Chinaglia (PT- SP) pedia: “Não podemos permitir um País onde alguém, uma autoridade, por mais importante que seja, como é o caso do presidente da República, se sinta acima da lei”.

José Genoino, que cumpriu sua pena do mensalão, também discursou no plenário: “Quando o presidente da República ataca o Ministério Público, ele fere, ultrapassa o limite da lei. Quando o presidente da República age para que a CPI dos Bancos no Senado seja limitada, a investigação do Marka e do FonteCindam, reunindo seus líderes com seu chefe de gabinete civil, adiando o depoimento do ex-presidente do Banco Central, Chico Lopes, é uma exorbitância no ato legal de governar o País”.

Apesar da semelhança entre os argumentos da época com os da oposição no processo atual, para o PT, o processo de impeachment contra Dilma Rousseff é um golpe de estado.

Reportagem: Claudio Tognolli

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