Desabastecimento de vacinas atinge a rede privada

  • Por Jovem Pan
  • 01/02/2016 13h26
Carolina Ercolin / Jovem Pan Vacina

 Desde dezembro as vacinas pentavalente e hexavalente, importantes para proteger bebês contra difteria, tétano, coqueluche, meningite, hepatite B e poliomielite estão em falta. O motivo alegado pelas clinicas particulares procuradas pela Jovem Pan é a falta no fornecedor. A orientação para os pais que vão pessoalmente às clínicas privadas é que procurem as vacinas na rede pública.

O pediatra e membro do departamento de Pediatria Ambulatorial da Sociedade de Pediatria de São Paulo, Moisés Cheincinski afirma que as vacinas dos postos têm a mesma eficácia que a dose oferecida na rede privada. Ele orienta que as crianças que já receberam doses das vacinas acelulares podem completar o esquema vacinal com as doses disponíveis na rede pública, de células inteiras, sem nenhum prejuízo no grau de proteção contra as doenças: “As vacinas são equivalentes, a grande diferença é que no posto você tem a acelular e no componente pertussis, que é da coqueluche, ela dá menos dor do que na vacina tradicional”. Outro detalhe é que na clínica, o bebê recebe apenas uma picada. No posto são duas injeções.

Segundo a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabella Ballalai, cada país está encontrando uma forma diferente de lidar com a escassez mundial. Tudo começou com a identificação de falha na produção de um lote pelo fabricante, que precisou descartar todo o material e iniciar o processo do zero: “Para produzir um lote de vacina, como a tetraviral são necessários 15 meses. Não é fácil você suprir uma demanda aumentada. Uma situação de surto em determinado país do mundo faz com que aumente a demanda de vacina e outros países podem ficar de fora”.

Outro problema é que se toda a demanda das clínicas particulares está sendo direcionada para a rede pública desde dezembro, o desabastecimento deve ganhar novas dimensões em breve, arremata o Dr. Cheinsinsk: “ Eu estou imaginando que uma parcela que não é a tradicional de procura dos postos está indo aos postos públicos para receber a vacina. Tem sim uma aumento grande da procura o que pode gerar, dependendo de como for o abastecimento do Ministério da Saúde, uma diminuição dos estoques e o risco de falta”.

No entanto, como a Jovem Pan já informou em outra matéria que aos menos 15 vacinas, soros e imunoglobulinas já estão em falta em postos e maternidades, ao menos de São Paulo. Inclusive a tetraviral, substituída pela tríplice viral somada a de catapora, alternativa indicada pelas clínicas particulares.

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