Desigualdade de gêneros faz com que a economia perca mais de R$ 380 bi

  • Por Jovem Pan
  • 16/06/2017 07h20 - Atualizado em 29/06/2017 00h32
Marcello Casal Jr/ABr carteira de trabalho

No Brasil apenas 56% das mulheres em idade economicamente ativa estão empregadas. Já entre os homens esta taxa é de 78,2%.

Esses dados, compilados pela Organização Internacional do Trabalho, a OIT, refletem perdas que vão além da desigualdade de gênero: mostram um desgaste mesmo para a economia – de toda a sociedade. O novo relatório da OIT revela que, se até 2025, o Brasil conseguisse diminuir um quarto essa desigualdade na taxa de participação feminina no mercado de trabalho, o PIB nacional poderia ter uma acréscimo de R$  382 bilhões.

As informações foram apresentadas nesta quinta-feira, em Genebra, na Suiça, durante a conferencia internacional do trabalho. O primeiro ministro canadense, Justin Trudeau, que é reconhecido por promover a igualdade de gêneros no país, explica que esta é uma política economica com efeitos práticos. E que requer dos governos um pensamento que equilibre a vida pessoal e profissional dos cidadãos. “No canadá nós estamos fazendo investimentos para que os pais retornem ao trabalho ou aos estudos e estamos comprometidos com uma reforma legislativa para ati ngir a equiparação salarial entre os gêneros”, diz. “Nós ficamos mais fortes quando as mulheres reconhecem seu potencial por inteiro e todos nós somos beneficiados quando as mulheres participam efetivamente da economia”.

Na prática, a inserção das mulheres na economia leva ao aumento no poder de consumo e, é claro, a um maior de recolhimentos de tributos sobre a renda. A OIT estima que a união poderia arrecadar 131 bilhões em receita tributária ao longo dos oito anos com esta redução, em 25% da diferença entre a taxa de participação de homens e mulheres no mercado profissi onal. Mas, por onde começar a mudança? Porta voz da Associação pelos Direitos das Mulheres e o Desenvolvimento, Myrna Cunningham, o movimento passa primeiro pelas insitituições. “O que está demonstrado é que o primeiro passo se dá com mudanças legais e mudanças políticas. Ou seja, se não houve mudanças legais que obriguem que as mulheres sejam tratadas de forma igualitária no mercado de trabalho, não haverá mudança”, afirma.

Em 2014, líderes do G20 – o grupo das 20 maiores economias do mundo, que inclui o Brasil – se comprometeram com a meta “25 em 25”. Ou seja, assumiram o compromisso de reduzir em 25% a diferença de gênero até 2025. Se essa meta for atingida, ela vai gerar a inclusão de 189 milhões de mulheres no mercado de trabalho mundial. Cinco milhões dessas posições estão no Brasil.

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