Detran-SP quer suspender obrigatoriedade de exame toxicológico para caminhoneiros
Detran de São Paulo quer suspender a medida que obriga caminhoneiros e motoristas de ônibus a passarem por exame toxicológico para obter a CNH.
O departamento estava amparado por liminar que desobrigava a aplicação dos testes, mas o Denatran, órgão federal, obteve uma vitória na justiça.
Desde o último dia 18, o sistema federal só emite a carteira nas categorias C, D e E mediante a aprovação no exame.
O diretor de habilitação do Detran de São Paulo, Maxwell Borges Vieira, avaliou que o exame não necessariamente ajuda a reduzir acidentes: “é uma exame que não tem nenhum estudo que comprova sua eficácia. Não é adotado em nenhum país do mundo e várias entidades médicas são contra esse exame”.
Em todo o País, existem apenas seis clínicas credenciadas, e o exame custa entre R$ 270 e R$ 400.
O diretor do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo, Tayguara Helou, defendeu a medida, mas com ressalvas. “Precisa ter capilaridade desses postos de atendimento para que motorista possa ir lá realizar seu exame, renovar sua carteira ou tirar uma nova. A gente pode ter um impacto na questão da mão de obra do setor. Mas legislação é legislação e precisa ser cumprida”, disse.
Tayguara Helou afirmou que mais medidas sociais deveriam ser adotadas contra o uso das drogas por caminhoneiros.
O diretor da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, Dirceu Rodrigues Alves, disse a Thiago Uberreich que o exame nos motoristas é insuficiente: “quando faz o exame na admissão, e nas renovações, significa que vai dar espaço de cinco anos para o indivíduo usar a droga”.
O diretor da Abramet, Dirceu Rodrigues Alves, apontou que não adianta fazer leis restritas a caminhoneiros porque a droga é um problema social.
A reportagem da Jovem Pan procurou o Denatran, que não atendeu ao pedido de entrevista.
O site do Departamento Nacional de Trânsito traz a lista dos seis laboratórios credenciados para os exames. Cinco ficam em São Paulo: na capital, em Santana de Parnaíba, Alphaville, Lins e Sumaré, e o sexto está localizado em Niterói, no Rio de Janeiro.
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