Dez anos após cratera do Metrô, famílias criticam impunidade
Sexta-feira, 12 de janeiro de 2007. O canteiro de obras daquela que seria a mais moderna linha do Metrô de São Paulo – Linha 4-Amarela – vira palco de uma tragédia.
Em segundos, uma cratera de 30 metros de profundidade e 80 metros de diâmetro foi aberta em pleno bairro de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista.
O desabamento provocou a morte de sete pessoas e interditou 94 imóveis na região. A cratera engoliu carros, caminhões e parte de uma rua, além do próprio canteiro de obras.
Enquanto prédios e casas eram rapidamente esvaziados, moradores da região de Pinheiros ficavam sem luz.
A Marginal do Rio Pinheiros, uma das vias mais movimentadas da cidade, sofria interdições, e todo mundo tentava entender o que estava acontecendo.^
Dez anos depois desta tragédia, Antônio Manuel Dias Teixeira ainda busca compreender o que houve naquele dia: a sexta-feira em que ele perdeu a casa, os móveis e as memórias. “O acidente foi no dia 12, depois do almoço. Ficamos na rua até escurecer e ficou determinado que todos fossem para o hotel. Ficamos no dia 12 até dezembro no hotel. Hoje, a minha família foi embora, moro sozinho em uma kitnet de 30m². Minha vida virou de cabeça para baixo. Tudo isso por causa do acidente do Metrô”, desabafou.
Se as indenizações que seu Antonio recebeu do metrô e da prefeitura não permitiram que ele reestruturasse sua vida, tampouco, os familiares dos sete mortos puderam sentir, de alguma forma, o consolo da justiça.
Em outubro passado, a justiça paulista inocentou todos os 14 réus do caso. Entre eles estavam funcionários do Metrô, do Consórcio Via Amarela e de empresas que projetaram a obra.
No consórcio de construção da linha – o Via Amarela – estavam juntas as empreiteiras OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez e Odebrecht.
No ano passado, dentro da investigação da operação Lava Jato, a Polícia Federal organizou uma lista de casos em que a Odebrecht.é suspeita de ter pago propina a políticos para obter vantagens indevidas em contratos com o poder público.
Entre eles estão mensagens com pedidos de pagamentos de porcentagens referentes a obras 4-Amarela do Metrô de São Paulo.
Confira a reportagem completa de Helen Braun:
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