“Difícil dizer que existe proteção total”, afirma médico sobre zika vírus

  • Por Jovem Pan
  • 06/02/2016 10h16
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EFE/Jeffrey Arguedas Larvas do mosquito da dengue aedes aegypti

 Para o infectologista Luís Fernando Aranha, ainda é cedo para afirmar que o vírus zika pode ser transmitido pela saliva ou sangue: “Precisa de cautela, porque achar vírus em fluídos biológicos não define o potencial de transmissão dele”. O médico afirma que são necessários estudos para saber a capacidade de sobrevivência do vírus no meio ambiente.

O especialista acredita que, apesar da provável relação entre zika vírus e microcefalia, as mulheres devem se proteger, mas não precisam adiar os planos de gravidez: “Precisa ter bom senso. Nem todo mundo tem 20 ou 22 anos de vida. Para algumas pessoas é algo essencial (ter um filho) e elas estão no limiar da idade que podem (engravidar). Não sei se uma pessoa que tem uma última chance de engravidar na vida deveria deixar de fazê-lo por causa do zika vírus”.

O grande problema, para Luís Fernando Aranha, é o vírus ser transmitido através de um vetor, o que indica que não existe garantia total contra a contaminação: “Todo cuidado é pouco, mas com uma doença transmitida por um vetor temos pouco a fazer, apenas se proteger do vetor, evitar aglomerações, se proteger dentro de seu domicílio, evitar viagens para locais com maior concentração da doença. É fácil se precaver de sífilis, evitando relações sexuais, mas um vírus que é transmitido por vetor é difícil dizer que existe proteção total”.

Apesar de defender os cuidados para as gestantes, o infectologista acha precipitado que toda a população mude seus hábitos de vida. Ele lembra que os vírus transmitidos pelo Aedes aegypti possuem baixas taxas de mortalidade e que a grande preocupação em relação a essas doenças são as possíveis consequências e agravamentos.

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