Dilma Rousseff diz que Brasil viveu “décadas de abandono” no saneamento
Durante o mutirão contra o Aedes aegypti realizado no sábado (13/02), Dilma Rousseff afirmou que o Brasil viveu “décadas de abandono” no saneamento básico. A presidente visitou uma favela, no Rio de Janeiro, para lançar a campanha nacional de mobilização contra o transmissor da dengue, zika e chikungunya.
A ação ocorreu no sábado em 353 cidades, e contou com 220 mil integrantes das Forças Armadas, além da presença de ministros pelo País. Usando boné e camiseta com a inscrição “zika zero”, Dilma Rousseff explicou as ações da campanha, destacando os Jogos Olímpicos: “O que nós estamos fazendo é uma ação muito focalizada para exterminar o mosquito enquanto não temos a vacina. Algumas cidades terão prioridade como o Rio de Janeiro por razões óbvias. No passado nós ganhamos a guerra contra a febre amarela, e é o mesmo mosquito. Vamos ganhar essa guerra contra o zika vírus. Estamos correndo atrás de décadas de abandono da questão do saneamento”.
O ministro da Defesa informou que, nos próximos dias, o combate continua em outros 100 municípios e, na sequência, a mobilização será nas escolas. Aldo Rebelo, que esteve em São Paulo, destacou que não há possibilidade de êxito se não houver o engajamento das famílias no combate ao mosquito: “Os principais criadouros do mosquito estão nas residências. Se as pessoas não dedicarem um tempo, mesmo que pequeno por dia, para remover das residências os possíveis criadouros, a campanha vai ter dificuldade de alcançar eficácia e cumprir seu objetivo”.
O mutirão será retomado no próximo final de semana, e os militares já poderão ajudar na entrada à força nos imóveis. O comandante militar do Sudeste, general de Exército Mauro César Lourena Cid, explica como será a atuação das Forças Armadas: “Nós já temos tropas treinadas trabalhando junto com os agentes de saúde, então além da campanha de esclarecimento, os militares vão participar também com a presença nas casas vendo a parte do larvicida”.
Em Salvador, o ministro da Saúde negou que os aumentos dos casos de microcefalia no país tenham relação com o larvicida pyriproxyfen. Marcelo Castro afirmou ainda que o governo está trabalhando efetivamente para combater a proliferação do mosquito: “Nós calculamos que com o esforço nacional e internacional que estamos fazendo, nós poderemos ter essa vacina no prazo de três anos. Enquanto isso não vem, nós temos uma só arma, e para isso estamos direcionando todas as nossas energias e todos os nossos esforços”.
Em nota, o Ministério da Saúde esclareceu que não há estudo epidemiológico comprovando a associação do uso de pyriproxifen e a microcefalia. A pasta afirmou que somente utiliza larvicidas recomendados pela Organização Mundial de Saúde e que passam por rigoroso processo de avaliação.
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