Dilma sobrevoa áreas atingidas por rompimento de barragens

  • Por Jovem Pan
  • 12/11/2015 14h23
Região de Mariana - MG, 06/11/2015. Presidenta Dilma Rousseff durante sobrevoo das áreas atingidas pelo rompimento das Barragens Fundão e Santarém. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR Roberto Stuckert Filho / PR Dilma Rousseff em Mariana

 Uma semana após a tragédia, a presidente Dilma Rousseff sobrevoa áreas atingidas por rompimento de barragens em Mariana, em Minas Gerais. Dilma quer que as mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton reparem todos os danos gerados pelo desastre. A presidente afirmou que não cabe ao governo assumir os gastos de uma tragédia provocada pelas empresas.

Na quarta-feira (11/11) o Ibama decidiu aplicar duas multas à Samarco e vai exigir da mineradora reparação total dos danos causados ao meio ambiente. Cada multa pode chegar a R$ 50 milhões pelo lançamento de rejeitos nos rios e pela perda da biodiversidade.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, promete firmeza na punição às empresas responsáveis pelo desastre em Minas Gerais: “Nós seremos rígidos. Vai ter punição e, pela legislação brasileira, tem que restaurar ambientalmente”.

Também na quarta-feira, a Samarco e as acionistas Vale e BHP Billiton anunciaram a criação de um fundo para auxiliar as vítimas da tragédia.

O presidente da mineradora Samarco, Ricardo Vescovi, garante que todos os empreendimentos da empresa estão legalmente licenciados: “Não há nenhuma licença da Samarco que não esteja em dia, não tem nenhum plano relacionado a qualquer uma das nossas licenças que não esteja em dia e que não seja auditado e entregue às autoridades competentes”. O executivo disse que é cedo para saber se a empresa vai voltar a operar em Mariana e quando isso poderá acontecer.

O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, classifica a legislação ambiental do Estado como ultrapassada e defende mudanças: “A legislação ambiental desse estado é antiquada e não resolve os problemas, ela simplesmente impõe multas e penalidades. Não faz o que é necessário, que é exigir a reposição, projetos adequados, que sejam tecnicamente bem elaborados e com monitoramento”. O governador acrescentou que não sabe em quanto tempo será possível captar água novamente do rio Doce.

Já a superintendente da Associação Mineira de Defesa do Ambiente, Maria Dalce Ricas, ressalta que o problema não é de legislação: “Enquanto o governo não rever a infraestrutura, representada por deficiência dos técnicos que são mal pagos, mal capacitados, com deficiências de veículos, de diários e de gerenciamento, não adianta. O governador pode colocar a lei que ele quiser, inclusive uma lei horrorosa que nem essa que ele mandou para a assembleia, que exclui a sociedade civil da gestão dos recursos naturais, que ele não vai resolver nada. O máximo que ele vai conseguir é legalizar a degradação”.

Um dos municípios mais atingidos pela contaminação do rio Doce é Governador Valadares, que está sem água desde a última segunda-feira.

A prefeita do município, Elisa Costa, afirma que já existe briga por água devido à falta de previsão de normalização do abastecimento: “As pessoas estão indo às escolas, onde está chegando água. A situação é realmente de calamidade porque as usinas, por exemplo, a de Candonga, ainda estão soltando essa lama”.

O número oficial de mortos na tragédia é de seis pessoas. O corpo de Marcos Xavier, de 32 anos, foi reconhecido na quarta-feira. Também morreram outros três funcionários de empresas terceirizadas e duas crianças, de cinco e de sete anos. Neste momento, dois corpos aguardam identificação e, segundo as equipes de resgate, 19 pessoas continuam desaparecidas.

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