Dilma suspendeu transporte de haitianos, mas mantém política irresponsável

  • Por Jovem Pan
  • 20/05/2015 10h15
EFE/Sebastião Moreira Haitianos chegam desolados em São Paulo

Reinaldo, ontem você falou da nova leva de haitianos que o governo do Acre despacha para São Paulo. Dilma suspendeu a viagem, mas isso basta?

Numa admissão tácita de sua responsabilidade e de sua irresponsabilidade, o Ministério da Justiça suspendeu o transporte de haitianos do Acre para São Paulo. Havia quase mil na fila, aguardando os ônibus financiados pelo governo federal.

Nem o governo de são Paulo nem a Prefeitura da Capital foram previamente avisados. Nilson Mourão, secretário de Justiça e Direitos Humanos do Acre, afirmou não ver nada de errado nisso: “Nosso papel é fazer os imigrantes chegarem ao destino final. Isso [ir para São Paulo] é uma opção deles. Eles não vêm para ficar no Acre, mas para [ir a] outros centros”.

Entenderam?

Dilma determinou a suspensão das viagens até que haja, informou-se, um plano para recebê-los. Nada impede que os haitianos o façam por conta própria, uma vez em solo nacional, com documentos regularizados.

Sob a desculpa de que exerce uma ação humanitária, o governo Dilma está incentivando o tráfico de pessoas. Os imigrantes chegam sem casa e sem emprego e se concentram, principalmente, na Baixada do Glicério, área já empobrecida da cidade. A degradação da região é visível. Mas não ficam restritos ao bairro. Já invadiram dois prédios: um na esquina da Oscar Freire com Peixoto Gomide, nos Jardins, e outro em Moema, na esquina da Iraí com Maracatins, onde funcionava uma faculdade.

O governo não tem de suspender apenas o transporte dessas pessoas para São Paulo. É preciso pôr fim à imigração que, na origem, é ilegal. Incapaz de resolver o problema dos pobres nativos, o dilmismo decidiu importar um pouco mais de pobreza.

Dilma quer pôr em prática essa política? Que o governo federal então arque com os custos adicionais que essa gente implica nas áreas de saúde, de educação, de segurança e de zeladoria.

E também se note a má-fé politicamente orientada: em abril do ano passado, o governo de São Paulo protestou contra essa política de exportação de pessoas. Dilma deu de ombros. Agora que um aliado seu, Fernando Haddad, reclamou, a governanta decidiu se mexer, ainda que não tenha feito, de novo, a coisa certa.

É preciso pôr fim a essa política, que política não é, de imigração. Isso não tem nada de humanista. É só uma forma de parecer generoso, usando, para tanto, o sofrimento alheio.

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