Diplomata que deu nome à Lei Rouanet não crê em impacto com fusão de pastas

  • Por Jovem Pan
  • 18/05/2016 09h09
Ana Volpe/Senado Esplanada dos Ministérios

 O diplomata Sérgio Paulo Rouanet, cujo nome batizou a lei de incentivo à cultura em vigor no país desde a década de 90, preferiu usar a retórica para comentar o fim do Ministério da Cultura.

A vinculação do MinC à Educação pelo Governo Temer gerou repercussão negativa no setor e entre representantes da classe artística, já que a decisão levanta uma série de dúvidas, entre elas o peso que a área passará a ter: “Você vai achar que eu estou driblando uma resposta direta, mas a verdade é que desde que eu saí do Ministério da Cultura, há mais de 10 anos, eu estou totalmente desinformado. É preocupante o futuro da cultura brasileira, mas acho que a cultura não depende fundamentalmente da fusão de duas burocracias”.

Na conferência inaugural da Cátedra Olavo Setúbal de Arte, Cultura e Ciência da USP, nesta terça-feira feira (17), onde dissertou sobre “A modernidade e as suas ambivalências”, o cientista político e filósofo também lamentou a proporção negativa que a lei de incentivo à cultura tomou ao longo dos últimos 25 anos. Rouanet deixou de ser um nome associado ao meio acadêmico para se transformar em argumento de brigas entre radicais de esquerda e de direita. O que, para ele, é um efeito injusto.

Entre os intelectuais reunidos na Faculdade de Saúde Pública para o evento, o professor emérito da USP, Celso Lafer, avaliou como positivos os primeiros passos de Michel Temer na presidência da República. O ex-ministro das Relações Exteriores ponderou que o senador José Serra terá duros desafios à frente do Itamaraty: “Eu acho que ele dará ênfase ao tema da inserção econômica do Brasil, dos problemas do comércio internacional o relativo isolamento em que nos encontramos. Eu creio que ele enfrentará também construtivamente os desafios que tem o Mercosul na fase atual”.

O novo ministro das Relações Exteriores, José Serra, encomendou nesta semana um estudo para analisar o custo e a utilidade dos postos diplomáticos abertos nos governos Lula e Dilma para, eventualmente, pedir o fechamento de alguns deles. O alvo são embaixadas e consulados abertos na África e no Caribe nos últimos anos.

Reportagem: Carolina Ercolin

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