‘Eu não consigo nem dizer se ele é de direita ou de esquerda’, afirma Zambelli sobre Moro
Deputada mantém fé de que o presidente Jair Bolsonaro será capaz de superar o ex-ministro na eleição de 2022
A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) foi a entrevistada desta segunda, 29, do programa Direto ao Ponto. Ao longo da entrevista, que durou uma hora e meia, a parlamentar comentou sobre sua relação com o ex-ministro Sérgio Moro e as possibilidades dele na corrida presidencial de 2022 – Moro se filiou ao partido Podemos, e pode ser um dos adversários do presidente Jair Bolsonaro, assim como do ex-presidente Lula, condenado por Moro à prisão em 2018, mas que teve os processos contra ele anulados em 2021. A deputada afirma que Moro tirou de contexto a conversa entre os dois, o que levou a uma quebra de confiança. Para Zambelli, o povo ainda não sabe as posições do ex-ministro, o que o prejudica eleitoralmente. A bancada do Direto ao Ponto desta semana contou com quatro jornalistas: o apresentador do programa, Augusto Nunes; o repórter especial da ‘Folha de São Paulo’, Fábio Zanini; a apresentadora da ‘RedeTV’ e comentarista da Jovem Pan, Amanda Klein; a comentarista de política da Jovem Pan, Bruna Torlay; e Paula Leal, editora do site da revista ‘Oeste’.
“Quando um cidadão foi preso no aeroporto, dentro do avião, porque questionou o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), eu saí em defesa do cidadão e apresentei pedido de impeachment por abuso de autoridade contra aquele ministro. Fui chamada pelo então ministro Moro para dizer que eu não devia bater de frente com o ministro do STF, que essa não é a maneira de lidar com o STF. Trazendo para essa realidade em que estamos agora, o Lula acabou de ser ‘descondenado’, porque ele não foi absolvido, foi descondenado, e essa foi mais uma condenação na qual o Moro deveria se posicionar, e aí mais uma vez ele não se posiciona. Acho que, quando a gente pega o Lula de um lado, o Sérgio Moro de outro e o presidente Bolsonaro de outro, a forma como o presidente enfrenta as situações, como é muito criticado por defender a Justiça para as pessoas, quando o brasileiro vir quem é o presidente Bolsonaro, como ele se posiciona através das coisas e olhar para uma pessoa que coloca sua própria biografia acima dos interesses da população, o brasileiro vai perceber que o Bolsonaro é a melhor opção. Aí passando também pelo fato de ter saído muito pela porta dos fundos. Ele é o típico ‘em cima do muro’, tem dificuldade de se posicionar. Ele foi contra o decreto de armas, e como é que agora ele está tentando conquistar os conservadores, que são pró-armas, ou pelo menos da legítima defesa? O conservador, se ele é de direita, ele defende legítima defesa, defende liberdades individuais, então, de direita, o Moro não é. De esquerda, também não, pois ele não fala. Ele é favorável a um estado mais enxuto ou mais robusto? Ele não se posiciona. Eu não consigo nem dizer se ele é de direita ou de esquerda. A experiência que eu tive com ele é que não é uma pessoa que traz confiança. Eu acho que ele não sabe bem o que é. Acho que ele quer se destacar, mas não sabe como”, disse Zambelli.
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