Discurso de vitimização agrega militância, mas também traz rejeição, diz especialista

  • Por Jovem Pan
  • 11/05/2017 08h59
PR - LULA/LAVA JATO/DEPOIMENTO/APOIADORES - POLÍTICA - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de ato favorável a ele na Praça Santos Andrade, em Curitiba (PR), na noite desta quarta-feira, 10, após o depoimento ao juiz Sergio Moro. Terminou por volta de 19 horas o interrogatório de Lula ao juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato. Durante cerca de cinco horas, o petista respondeu perguntas sobre o apartamento triplex do Condomínio Solaris, no Guarujá, cuja propriedade a força-tarefa do Ministério Público Federal atribui a ele. 10/05/2017 - Foto: MARCELO CHELLO/CJPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Marcelo Chello/Estadão Conteúdo Lula - ae

Em um depoimento de quase cinco horas ao juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba, nesta quarta-feira (10), o ex-presidente Lula perdeu, pois o limite de seu discurso foi mais político que jurídico.

A avaliação é feita pelo cientista político Murillo de Aragão, em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã. “No final das contas, ele saiu derrotado, porque não esclareceu e não conseguiu politizar na medida que gostaria. Acho que a situação dele continua muito ruim”, disse.

Para o especialista, o petista perdeu sua narrativa: “na medida que o PT perde seu pilar moral, e o pilar social, quando provoca a maior recessão da história do Brasil, Lula fica sem narrativa e a que lhe resta é a de ser perseguido pela Justiça, é a narrativa de conspiração internacional”.

Segundo Aragão, a narrativa de vitimização cabe bem ao figurino e dá resultado na militância. “Por outro lado, essa narrativa causa uma enorme rejeição junto à sociedade”, ponderou.

Sobre a condenação de Lula, Murillo de Aragão explicou que, em caso de dúvida, a definição é pró-réu. “A prova vai ter de se materializar de forma bastante contundente. É um jogo de sombras. ‘O sitio não é meu, mas a obra foi feita por fulano’, ou palestras são troca de favor. É um campo pantanoso e, em dúbio, pró-réu. Mas acredito que em primeira instância, ele deverá ser condenado sim”, completou.

Confira a entrevista completa:

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