Disputa em eleição no Reino Unido ainda é imprevisível, mas Corbyn ganha força

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 30/05/2017 09h46
EFE Jeremy Corbyn - efe

Faltando pouco mais de uma semana para a eleição geral do Reino Unido, os líderes dos dois principais partidos participaram nesta segunda-feira (29) de um debate na televisão com um formato bem típico da Inglaterra.

Não houve confronto direto entre Theresa May, do Partido Conservador, e Jeremy Corbyn, do Partido Trabalhista. Os dois responderam às perguntas da plateia e depois foram entrevistados por um dos jornalistas mais famosos do país, Jeremy Paxman, que é conhecido por fritar seus convidados com um estilo extremamente agressivo – que leva os ingleses ao delírio, mas que no Brasil talvez fosse compreendido como arrogante ou mal-educado.

Os políticos estiveram sob ataques constantes nas duas partes do programa. Corbyn, que pretende trazer de volta o acesso gratuito a universidade no Reino Unido já no próximo semestre, teve que explicar como pretende pagar essa conta. O trabalhista ainda ouviu críticas por suas propostas para aumentar impostos dos mais ricos e das empresas para subsidiar o estado de bem-estar social.

Corbyn também teve que responder se teria coragem de usar as armas nucleares do Reino Unido e enviar o país à guerra como fez Margareth Thatcher contra a Argentina. Além de ser pressionado por sua posição histórica anti-família real. Ele garantiu que não pretende acabar com a monarquia.

A primeira-ministra, por sua vez, apanhou muito pela posição anti-Brexit durante o referendo e as mudanças repentinas em suas propostas toda vez que surge uma controvérsia. May, no entanto, garantiu que vai se manter firme nas negociações com a União Europeia e disse que prefere sair das negociações do divórcio europeu sem nenhum acordo a ter que engolir um pacto que seja ruim para os britânicos.

Na prática, a gente sabe que hoje em dia são raras as ocasiões em que os debates na televisão de fato mudam alguma coisa em uma eleição. Não parece ser o caso dessa vez.

De qualquer forma, a disputa aqui no Reino Unido está bem imprevisível. O que começou como uma tacada de mestre do governo conservador, pode acabar se tornando um dos maiores fiascos políticos dos últimos tempos.

Quando a eleição foi convocada, pegando todo mundo de surpresa, a expectativa era de que o partido de Theresa May tivesse uma vitória arrasadora nas urnas, ampliando muito a vantagem dela no parlamento britânico. Hoje, no entanto, as pesquisas mostram que a esquerda avançou muito e está a apenas cinco pontos de distância dos conservadores. Jeremy Corbyn deixou de ser totalmente inviável nesta eleição e os trabalhistas passaram a acreditar numa ainda improvável vitória no próximo dia 08.

Confira as informações do correspondente da Jovem Pan em Londres, Ulisses Neto:

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