“É estarrecedor um senador utilizar essa linguagem”, diz Doria sobre Aécio
O ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin liberou a transcrição do áudio do diálogo gravado entre o senador afastado Aécio Neves e o dono da JBS, Joesley Batista. Na conversa, o tucano descreve tentativas de enfrentar a Operação Lava Jato no Congresso e cita anistia ao caixa dois e a lei de abuso de autoridade.
Além do conteúdo que levou ao seu afastamento do mandato no Senado e da presidência nacional do PSDB, o que chocou brasileiros foi a linguagem utilizada por um parlamentar. Palavras de baixo calão como mer**, car**** e bo*** surpreenderam aqueles que leram as transcrições do áudio.
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou ser estarrecedora a linguagem utilizada pelo colega de partido.
“É estarrecedor um senador da República utilizar essa linguagem. Palavras de baixíssimo calão. É absolutamente lamentável. Quem usa esse tipo de linguagem não tem, minimamente, condições de proceder com equilíbrio suas funções”, disse.
Na tentativa de amenizar a crítica a Aécio Neves, que não foi citado nominalmente por Doria, o prefeito relembrou falas de Lula e Dilma: “eles usavam esse tipo de palavrões costumeiramente, como se isso fizesse parte da educação das pessoas. Isso não é só inaceitável como surpreendente”.
Como fica o Governo
João Doria evitou entrar em polêmicas e disse que a posição do partido com a gestão de Michel Temer deve ser de equilíbrio. Para o prefeito, o necessário é uma proteção da economia brasileira.
“Se houver ‘degringolação’ completa e precipitada em relação a estabilidade da governabilidade do País, o risco é acabar com a economia de vez.A ingovernabilidade só coloca riscos gravíssimos a economia brasileira”, afirmou.
O tucano defendeu que tudo seja apurado com o maior rigor, mas de modo a preservar a economia brasileira e os agentes econômicos à frente da equipe ministerial de Temer. Entre os nomes citados por Doria estão o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, e principalmente, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
“Risco que o País vive neste momento não é só político, mas econômico”, completou. “Apoiar a Justiça, nessa circunstância, doa a quem doer. Não importa de qual partido e qual a relação, se era amigo ou não”, finalizou.
Confira a entrevista completa:
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