Economista diz que pedido da Oi não é surpresa, mas terá impacto em bancos

  • Por Jovem Pan
  • 21/06/2016 08h46
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Brasil, São Paulo, SP. 14/12/00. O diretor da Austin Asis, Erivelto Rodrigues, em seu escritório. - Crédito:J.J. LEISTER/ESTADÃO CONTEÚDO/AE/Codigo imagem:103206 J.J. LEISTER / ESTADÃO CONTEÚDO Erivelto Rodrigues

 O pedido de recuperação judicial da Oi é o maior da história do País, com uma dívida de aproximadamente R$ 65,4 bilhões. Em entrevista à Jovem Pan, o economista Erivelto Rodrigues, sócio da Austin Rating, afirmou que o pedido não foi surpresa para o mercado: “O mercado já vinha esperando, o crescimento da dívida da Oi estava sendo exponencial e a empresa não tem geração de caixa, suficiente para pagar os juros da dívida. (…) Isso se dá devido a uma série de estratégias equivocadas desde a sua fundação”.

Rodrigues afirma que, com o envolvimento de vários bancos, haverá um impacto no balanço das instituições financeiras: “Boa parte dessa dívida está na mão de grandes bancos, como o Banco do Brasil, Itaú, o próprio BNDES. Esses bancos vão ter que aumentar as provisões para perda, contra calote. Uma dívida como essa tem um grande impacto no balanço. (…) Cada banco vai ter que ver como vai provisionar essa perda”.

O especialista explicou que se o pedido judicial não for aceito, a empresa deverá pedir falência, mas sinaliza que essa situação não é de interesse de ninguém: “A situação da empresa é falimentar, se for olhar simplesmente os números. Não interessa que uma empresa desse porte, para os investidores, para os usuários, para quem financiou, para o próprio BNDES, é uma condição complicada, em que a empresa não tem condições de sobreviver, mas a falência não interessa a ninguém”. Se o plano de recuperação for aceito, inicia-se um prazo de seis meses para a negociação entre as partes, credores e devedores.

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