Editorial: Dilma busca alguém para o lugar de Mercadante. Tá difícil!!!

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 11/09/2015 19h35
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Marcelo Camargo/Agência Brasil Aloizio Mercadante e Dilma Rousseff

A Folha informa que a presidente Dilma Rousseff abriu a temporada de caça a um chefe da Casa Civil, cargo atualmente (des)ocupado por Aloizio Mercadante, cuja função, já disse aqui, é um dos maiores mistérios da República. Enquanto Michel Temer era coordenador político do governo, a gente ao menos sabia o que fazia o petista: tentava impedir o outro de trabalhar a passava as horas buzinando na orelha de Dilma que Temer queria mesmo era a cadeira da governanta.

Não é correto dizer que eu defendo a saída de Mercadante faz tempo. Eu critiquei a sua nomeação, desde a primeira hora. Nada tenho de pessoal contra ele. Ele só não exibe, vamos dizer, um perfil agregador. E que se note: fiz as minhas ressalvas segundo critérios puramente técnicos, avaliando se iria ou não funcionar segundo a ótica do próprio governo. Obviamente, não funcionou. Convenham: uma das atribuições do ministro é impedir, por exemplo, que decretos desastrados como aquele que destituía os militares de funções que lhes são próprias sejam assinados por Dilma. Nem isso…

Mercadante é ambicioso e tem sobre si uma impressão muito melhor do que a de qualquer pessoa que o conheça. Outro dia li numa coluna que ele seria, calculem vocês, desde já, um pré-presidenciável do PT em 2018. Quem terá plantado tal coisa? Não sei. Como tenho o direito de chutar, chutei: Mercadante!

O desespero é grande. Dilma precisa de uma pessoa que faça a coordenação política mesmo, não de 8.397, como tem hoje. Ela deveria começar o tal enxugamento da máquina eliminando o excesso de coordenadores. Até figuras de proa da oposição frequentaram a lista de candidatos ao cargo ontem, num sinal de que as coisas estão indo de mal a pior.

Ora, para que Dilma pudesse botar na Casa Civil um representante de um partido adversário, teria de estar liderando uma espécie de governo de salvação nacional, não é? O primeiro passo seria abandonar o PT, o que não creio que fará.

Não custa lembrar que Collor ainda tentou se salvar com um tal “ministério ético”. Foi quando homens que não apareciam sobre jet-ski se esforçaram para dar uma nova cara ao governo: Jorge Bornhausen (Casa Civil), Marcílio Marques Moreira (Fazenda), Jarbas Passarinho (Justiça)… Collor se esforçou, então, para levar Fernando Henrique Cardoso para o Itamaraty. O PSDB não topou! Glória a Deus!

O PT, como é sabido, era adversário de Collor e aliado de Dilma. Não dá para saber, a esta altura, em que posição ele se comporta de modo menos adequado.

Não é a primeira vez que Dilma pensa em tirar Mercadante da Casa Civil. Na hora “h”, sempre desiste, e não é certo que o faça agora. De toda sorte, cumpre indagar: se não for ele, quem? A lógica elementar indica que deveria ser um não petista. Ao ministro caberia apenas e tão-somente cuidar do único projeto que sobrou a Dilma: tentar salvar o seu mandato.

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