Editorial: Os delinquentes políticos do Passe Livre voltam a mostrar a fuça; nesta 3ª, haverá mais bagunça

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 25/01/2016 16h52
SP - TARIFAS/SP/MPL/ALCKMIN - CIDADES - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), foi hostilizado por cerca de 15 integrantes do Movimento Passe Livre (MPL) na manhã desta segunda-feira, 25, após missa em homenagem ao aniversário da cidade, na Catedral da Sé, em São Paulo. Alckmin saiu sem dar entrevista. O carro oficial do governador foi chutado pelos manifestantes. Antes, o prefeito Fernando Haddad (PT) foi atingido por uma garrafa vazia e houve empurra-empurra e confusão. 25/01/2016 - Foto: HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO CONTEÚDO Hélvio Romero/ Estadão Conteúdo Manifestantes do MPL hostilizam Geraldo Alckmin

Os delinquentes políticos do Movimento Passe Livre — que, segundo o Fantástico, se resumem a meninas bonitinhas perseguindo um sonho e que nunca apelam à violência (Santo Deus!) — voltaram a revelar a sua fuça autoritária nesta segunda, depois de uma missa em comemoração aos 462 anos da cidade de São Paulo.

Um grupo que reunia uns 20 militantes aguardava na lateral da catedral da Sé a saída do prefeito Fernando Haddad (PT) e do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Os dois foram hostilizados. Quando o petista parou para dar uma entrevista, a turma começou a cantar músicas contra ele. Um dos bandidos disfarçados de militante jogou uma garrafa pet e atingiu as costas do prefeito.

Não pensem que o MPL se intimida diante do uso explícito da violência — seja uma garrafa pet, seja um rojão lançado contra um policial e que pode matar. Ouvida a respeito da agressão ao prefeito, afirmou Mayara Vivian, que pertence ao movimento:

“Se a gente levasse só uma garrafa vazia na cabeça, seria ótimo. Mas, nas manifestações, é muito pior, tem gente ficando cego [com a atuação da PM]. Quando ocorrem protestos na rua, a população se revolta. Não vi quem jogou a garrafa”.

Claro! O MPL nunca vê nada. Eles atuam junto com os black blocs, mas também não sabem de nada. Aliás, a incompetência da investigação conduzida pela Polícia Civil acaba lhes dando razão prática, não é mesmo? Afinal, depois de dois anos de investigação, não se chegou a lugar nenhum. A cidade teve um prejuízo milionário, e ninguém será responsabilizado. É o crime sem criminosos.

A propósito: é claro que tal Vivian está mentindo. Quem ficou cego nas manifestações? Por que ela não exibe os nomes? Sim, a depender da intensidade do distúrbio e da arma que se tenha de usar para combatê-lo, o risco existe. Mas, felizmente, não aconteceu.

É uma pena que Eduardo Suplicy, secretário de Direitos Humanos e Cidadania de Haddad, não estivesse lá para explicar ao chefe o caráter benigno do ataque, não é mesmo? A propósito: o prefeito, desta vez, não chamou o seu agressor de expressão da resistência, como teria feito em relação a um jovem ferido numa das ações trogloditas do Passe Livre, que está internado no hospital Albert Einstein e pertence a uma das famílias estreladas de São Paulo?

Alckmin também foi hostilizado ao deixar a igreja. O grupelho de extremistas da catraca tentou impedir a saída do carro que o conduzia e foi contido pela PM. A fala da tal Vivian pra Folha é de um cinismo espantoso. Segundo disse ao jornal, as hostilidades desta segunda buscam reabrir negociações com o prefeito em favor da tarifa zero e com o governador, para evitar a ação da polícia. O MPL pretende abrir negociações depredando a cidade e atacando autoridades democraticamente eleitas.

O MPL volta a infernizar a vida dos paulistanos nesta terça-feira. Todo mundo já sabe o que vai acontecer. Lá estarão os mascarados. Boa parte da imprensa continuará a chamar o movimento de pacífico. Os black blocs serão tratados como infiltrados. A Polícia Militar será desafiada e atacada. Vai ter de fazer o que fazem as forças policiais das democracias de todo mundo: reagir.

Jornalistas, que cobrem as manifestações sempre segundo o olhar dos delinquentes, acabam recebendo estilhaços de bomba e podem levar uma bala de borracha. Aderem, então, formalmente, à causa dos agressores — o MPL –, que passam a ser tratados como vítimas.

Ou por outra: arma-se uma espécie conspiração de classe contra os trabalhadores fardados. Jornalistas, oriundos, na maioria das vezes, de camadas abastadas, se solidarizam com os outros abastados que pedem passe livre, e os alvos passam a ser, para citar os esquerdosos Caetano e Gil, os pobres de tão pretos e os pretos de tão pobres da Polícia Militar — os únicos verdadeiramente trabalhadores que atuam nos protestos.

Nem aquela matéria do Fantástico, que tenta emprestar ao minoritário Passe Livre a aura de movimento popular e libertador, consegue disfarçar o caráter reacionário desses trogloditas, que levam à rua uma pauta energúmena, despida de qualquer racionalidade econômica, mas que provocou no redator do Fantástico a tentação de transformar borborigmo em poesia.

As vítimas do Passe Livre que estavam assistindo ao Fantástico ainda aguardam o reconhecimento do erro e o pedido de desculpas.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.