Editorial: Passe Livre volta a provocar a Polícia Militar e recebe o tratamento necessário
Os baderneiros do Movimento Passe Livre realizaram nesta quinta-feira a sua menor manifestação em São Paulo. Não mais do que 400 pessoas se reuniram no Terminal Dom Pedro II. A intenção dos líderes era seguir para a Assembleia Legislativa, pela Avenida 23 de Maio. Mas a Secretaria de Segurança informou que já havia um protesto na região de perueiros escolares.
Depois de duas horas de negociação, os arruaceiros aceitaram caminhar até a Praça da República. Lá decidiram voltar ao plano original. A Polícia Militar não permitiu, e os vândalos tentaram furar um bloqueio, atacando os policiais com garrafas, pedras, o que houvesse à mão.
E a Polícia Militar, no cumprimento da Constituição e das leis, reagiu. E o fez, acertadamente, com os instrumentos que tanto as democracias como as ditaduras fornecem contra distúrbios: bombas de gás e de efeito moral e balas de borracha. “Ah, então quer dizer que não existe diferença entre os instrumentos empregados pela democracia e pela ditadura?” Existe, sim! Ela se chama legitimidade. Nove pessoas ficaram feridas.
Essa gente do Passe Livre não saberia o que está dizendo caso se levasse a sério. Os entes do estado brasileiro estão quebrados, nas três esferas. O país passa por um dos piores períodos da sua história, e o centro nervoso da crise é fiscal. Reivindicar, a esta altura, a gratuidade total da passagem, o que custaria à cidade R$ 6 bilhões por ano a mais, além dos R$ 2 bilhões que já custeiam os subsídios, é obra de delinquentes intelectuais.
Dia desses vi na TV uma dessas descoletes do Passe Livre, uma ex-moça com ares afetados de dondoca radicalizada e desocupada. Cheia de si, reivindicava que as empresas de ônibus passassem a ser remuneradas por quilômetro rodado. A triste figura, com cara de modelo alternativa que não deu certo, não tem a menor noção da bobagem que diz. Para quem afirma ser preciso reduzir o lucro das empresas, o que ela propõe é o sonho dourado das ditas-cujas. Se tenho ônibus e se a Prefeitura me remunera por quilômetro, o negócio é manter veículo a rodo nas ruas, à noite de preferência, e depois passar no guichê.
Claro, mais uma vez, lá estavam os bandidos mascarados, de braços dados, compondo a linha de frente das manifestações. É evidente que não há nem diferença nem divergência entre eles e o Passe Livre. É um erro até mesmo dizer que há uma parceria. Não! Os black blocs são apenas passe-livristas com os rostos cobertos. Os extremistas da catraca gostam de fantasiar com a revolução.
Até um relógio parado mostra a hora certa duas vezes por dia, não é? Nesta quinta, o prefeito Fernando Haddad ironizou seu aliados do MPL e indagou por que não, então, comida de graça e até Disney de graça? Ele o faz depois de ter falado ao telefone com um manifestante que se feriu com um bomba e, segundo sua mãe, tê-lo classificado de herói da resistência.
Não dá mais para condescender com esses vândalos. Sua pauta é uma tolice, e sua motivação é falsa, como já está amplamente demonstrado. O Passe Livre — que, junto com o MTST, liderou a invasão de escolas em São Paulo — integra outras forças de esquerda que tentam a todo custo impor uma nova agenda ao país, que caminhe pela esquerda.
A tática é conhecida. Não por acaso, o braço quase-armado do PT, o MTST, do militante Bom Bril Gulherme Boulos, aderiu à causa. Boulos é o esbirro mais birrento do PT. Ele faz aquela cara de mau, mas não passa de um poodle do partido nas coisas que realmente interessam.
Essas perturbações são negativas para Fernando Haddad? São, sim. Mas, a esta altura, os radicalizados de esquerda já encomendaram a alma do prefeito ao capeta. Há coisas mais sérias em curso.
Desde fevereiro do ano passado, 12 policiais ficaram feridos em protestos dessa natureza, o que diz um tanto sobre o, como é mesmo?, “caráter pacífico” dessa gente.
Espero que a Secretaria de Segurança Pública, hoje comandada por Alexandre de Moraes, um constitucionalista, não recue. Ao Passe Livre devem ser oferecidas duas alternativas: seguir a lei ou seguir a lei. Vá lá, existe uma terceira: enfrentar o instrumento de que dispõe a democracia para os que não reconhecem seus fundamentados. Refiro-me ao monopólio do uso não da violência, mas da força.
A força da democracia.
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