Efeitos da PEC devem ser sentidos em dois ou 3 anos, diz ex-ministro da Fazenda
![Nilton Fukuda/Estadão Conteúdo](https://jpimg.com.br/uploads/2017/04/1483752439-rubens-ricupero-ae.jpg)
A Proposta de Emenda Constitucional que limita o teto de gastos públicos foi aprovada nesta terça-feira (13) em votação em segundo turno no Senado. O projeto, que é apontado pelo Governo de Michel Temer como a principal medida no campo econômico para o reequilíbrio das contas, prevê o congelamento dos gastos governamentais nos próximos 20 anos.
Em entrevista a Denise Campos de Toledo no Jornal da Manhã, o ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero afirmou que os efeitos da aprovação da PEC que limita os gastos públicos devem ser sentidos apenas em alguns anos.
Segundo Ricupero, na teoria, a aprovação prevê uma condição de o Governo equilibrar as contas públicas, mas na prática não é bem desta forma. “Em teoria é verdade, aponta no rumo certo para uma atitude de maior responsabilidade fiscal. Mas na prática os efeitos são mais psicológicos, porque a medida só começa a reduzir os gastos do Governo em dois ou três anos”, disse.
O que se esperava, com o impeachment de Dilma Rousseff e o início da gestão Temer, no entanto, era que ocorresse um retorno mais rápido da confiança por parte dos investidores. Esse efeito, no entanto, é neutralizado pela grave crise política vivida no País.
“Se o que se buscava era a volta do investimento por confiança, infelizmente a situação política acaba anulando esse efeito. Em minha opinião, enquanto a crise política com conotação da Lava Jato não estiver superada, é difícil imaginar que teremos recuperação”, ponderou.
Par Ricupero, mesmo do ponto de vista econômico, é difícil prever de onde podem vir os estímulos: “é um panorama complicado”.
Confira a entrevista completa:
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