Embraer admite pagamentos de propina e fecha acordo para encerrar investigações
A Embraer vai pagar US$ 206 milhões a autoridades do Brasil e dos Estados Unidos para encerrar as investigações sobre casos de corrupção, envolvendo a companhia.
A fabricante de aviões admitiu pagamento de propina em negócios fechados na República Dominicana, na Arábia Saudita, em Moçambique e na Índia.
Segundo a Comissão de Valores Mobiliários, os desvios teriam sido feitos a partir de contratos de compra e venda de aeronaves, assinados entre 2007 e 2010.
A investigação no Brasil começou em setembro de 2014, depois que o Ministério Público Federal acusou repasse de propina na venda de oito aviões militares da Embraer para a República Dominicana.
O negócio foi fechado por US$ 92 milhões, em 2008, e também era alvo de denúncias nos Estados Unidos.
Além da punição financeira, a Embraer também terá que adotar normas de “compliance”, uma espécie de pacote de medidas anticorrupção.
O cumprimento das iniciativas será fiscalizado por dois monitores externos, um brasileiro e outro norte-americano.
A presidente da Comissão de Estudos de Compliance do Instituto dos Advogados de São Paulo, Carla Benedetti, avaliou que a admissão de culpa da Embraer será benéfica para a imagem da companhia.
Carla Benedetti afirmou ainda que a confissão não deve ter impactos negativos para os negócios da companhia.
Em nota, a Embraer declarou que sempre tratou o assunto com absoluta seriedade e disse que colaborou plenamente com as investigações.
A empresa lembra que reportou sistematicamente o progresso da investigação ao mercado financeiro, como parte do compromisso de divulgação de fatos relevantes aos investidores.
A companhia reconhece responsabilidade pelos atos de corrupção praticados, mas lamenta profundamente o ocorrido e afirma que as medidas de controle interno estão sendo aprimoradas.
Confira a reportagem completa de Vitor Brown:
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