Empresariado fica apreensivo com queda do Brasil em ranking global
Perda da competitividade mostra os efeitos danosos da crise na percepção de quase duzentos empresários.
De acordo com o relatório do Fórum Econômico Mundial (FEM), o Brasil caiu 18 colocações no ranking: foi da posição 57 para a 75.
A queda é a mais expressiva já registrada pelo país e a pior da série histórica da pesquisa, que mantém a mesma metodologia há uma década.
A economista Ana Burchart, da Fundação Dom Cabral, que colaborou com o estudo, explica que a confiança do empresariado é cada vez menor: “A gente vê muito a questão da confiança no governo, mas também na própria inciativa privada. O comportamento ético das empresas caiu muito. E existe a questão da corrupção no setor público, a confiança pública nos políticos, a independência do poder judiciário e o favoritismo da decisão do governo. Então esse clima de pessimismo e falta de confiança realmente é refletido”.
A professora da Fundação Dom Cabral, Ana Burchart, lembra que os dados negativos também influenciam o humor dos investidores.
O economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, diz a Thiago Uberreich que o resultado indica que o Brasil tem cada vez menos chance de crescer: “O Brasil cresce em um ano e depois tem desempenho ruim por dois anos seguidos, como é o histórico da economia brasileira. Só poderia resultar nessa perda de competitividade e queda nos rankings globais. Isso é mais uma notícia ruim, porém previsível”.
O relatório, que faz a avaliação de 140 países, destaca a deterioração de fatores como confiança nas instituições e déficit das contas públicas.
A economia nacional está abaixo da economia do México, Índia, África do Sul, Rússia, Uruguai, Peru, Vietnã e Hungria.
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