Empresários criam expectativas de cenário econômico renovado com Temer

  • Por Jovem Pan
  • 25/04/2016 12h44
Brasília - Vice-presidente Michel Temer fala sobra gravação feita por ele e divulgada hoje (11), na qual apresenta propostas que pretende discutir, caso assuma o governo (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil) Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil - 11/04/16 Michel Temer

 Empresários, economistas e políticos dizem que o impeachment da presidente Dilma Rousseff trará impactos positivos na economia brasileira. Nesta segunda-feira (25), serão eleitos os membros da comissão especial do Senado que dará parecer pela admissibilidade ou não do processo. O parecer será votado no colegiado e depois seguirá para o plenário e a instauração depende dos votos de 41 dos 81 senadores.

O economista Roberto Gianetti da Fonseca avalia a necessidade de medidas pró-crescimento, entre elas, de exportação, caso haja um novo governo: “A própria presidência da república não deu a importância que devia ter dado às exportações como vetor de retomada do crescimento da economia brasileira. Espero que o presidente Temer tenha consciência que essa é a ferramenta principal para retomar o crescimento”.

O deputado federal Efrain Filho lembra que o processo de impeachment da presidente Dilma começou pela força das ruas. O parlamentar do DEM da Paraíba destaca que, independente do resultado no Congresso, deve-se criar uma agenda-Brasil urgente: “É uma demanda real, que é das pessoas, dos empreendedores. Fábricas estão fechando, lojas estão fechando, pais e mães de família estão desempregados. Temos que nos preocupar com o Brasil do amanhã, e cabe ao Congresso Nacional dar essa resposta rápida e urgente”.

Para o VP da Gocil, o impeachment de Dilma Rousseff torna-se essencial porque o governo perdeu a condição de criar o bem da sociedade. Welder Peçanha afirma que a esperança do empresariado está neste novo momento e que o Brasil não pode parar: “A solução sem dúvida nenhuma para o empresariado e para o País é um momento novo, de voltar a pisar no acelerador. A economia se divide em duas partes, a do negócio e a psicológica, que vai voltar a trazer investimentos, vai fazer o mercado se mexer”.

O executivo Mário Ancelone concorda que o impeachment da presidente traz novas expectativas para os empresários brasileiros. Mas o consultor enfatiza que o cenário é preocupante e o eventual novo governo precisa criar mecanismos para atrair investimentos: “A gente precisa fortalecer a capacidade de atração de investimentos. Sem investimento é difícil pensar em retomada de crescimento e de emprego”.

 O presidente da Amil, Edson de Godoy Bueno, diz que o Brasil é mais forte do que qualquer estrutura política e destaca o papel dos empresários: “Nós empresários temos que focar na educação do nosso povo, treinar as pessoas que estão dentro da nossa empresa, qualifica-los para serem os melhores jogadores do mundo, porque hoje a competição é global. São os melhores players do mundo inteiro que vencem e o Brasil deve treinar todos os brasileiros para serem players globais”.

De acordo com o presidente da Riachuelo, o Brasil encerra um triste ciclo de más ideias e agora toma o rumo correto. Flávio Rocha avalia que o caminho é o do binômio “democracia e livre mercado”, que tem como locomotiva o investimento privado: “Agora eu acho que a gente muda o propósito do Estado, a gente passa a delinear um Estado que sirva à sociedade, um tamanho de estado que faça sentido à sociedade, não esse estado gigantesco, mastodôntico e até corrupto”.

A presidente da Microsoft aponta para a necessidade de um bom entendimento entre iniciativa privada e o poder público. Paula Bellizia explica como a tecnologia pode ajudar o Brasil a aumentar a competitividade e a transparência: “A tecnologia pode diminuir a burocracia, aumentar a competitividade, a produtividade, e é tudo mensurável. Traz impacto com mais transparência. Existe a necessidade e nos da Microsoft fazemos nosso papel”.

O presidente da Coca-Cola Femsa ressalta que a crise não tira da empresa a vontade de continuar investindo no país. Em entrevista ao repórter Daniel Lian, José Ramón Martínez enfatiza que há muita confiança no Brasil: “A gente chegou não para estar aqui por 10 anos, chegou para estar 50, 100 anos. A gente entende a conjuntura e o momento econômico que estamos experimentando, mas estamos com plena confiança de que isso vai ser superado e o Brasil voltará, como todos nós desejamos, a fazer a economia dar a possibilidade para todos os empresários reaquecerem”.

Os empresários participaram de evento com o tema “Caminhos e Soluções para as crises do Brasil”, entre os dias 21 e 24 de abril. O 15º Fórum Empresarial, promovido pelo LIDE, Grupo de Líderes Empresariais, ocorreu em Foz do Iguaçu, no Paraná.

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