Empresas brasileiras podem voltar para Argentina com Macri no governo
O empresariado brasileiro vê com boas perspectivas o governo de Maurício Macri na Argentina, com exceção do setor automotivo que ainda mantém um pé atrás. A eleição de um liberal para a Casa Rosada alimentou esperanças do governo brasileiro para conseguir um acordo de livre comércio com o país vizinho. O ministro do desenvolvimento, indústria e comércio exterior, Armando Monteiro, aposta na postura do novo presidente argentino para estabelecer um tratado.
Mas para o consultor em setor automotivo e ex-presidente da Ford, Luiz Carlos Melo, a medida não traria benefícios para as montadoras brasileiras: “Nós não vamos ganhar absolutamente nada do ponto de vista do volume, em ganho de tecnologia e inovação repartindo o mercado continental com a Argentina. Temos sim que nos abrir para o mundo”.
Mesmo com a postura liberal do novo governo argentino, muitos empresários do país vizinho reprovariam o acordo temendo uma invasão de carros brasileiros no mercado local. Melo admite que a mudança na Casa Rosada é benéfica para o setor, mas vê problemas na nossa política econômica: “Uma maneira de ver a economia de forma muito mais aberta e pragmática por parte da argentina é positiva, afinal de contas somos sócios. Mas não espere que isso aconteça aqui no Brasil, que continuará a ser dono de uma política absolutamente protecionista”.
Por outro lado, com apenas dois meses de governo, Macri tem empolgado empresários de outros setores. O presidente do conselho da Câmara de Comércio Argentino Brasileira, Alberto Alzueta é testemunha do interesse do empresariado brasileiro: “Os empresários brasileiros estão muito entusiasmados com o governo de Macri e, inclusive, recebemos na câmara um número de consultas bastante elevado de pessoas que querem saber mais informações sobre como estabelecer uma empresa, uma parceria, querem mais informações sobre a Argentina”.
De acordo com Alzueta, muitas empresas brasileiras deixaram a Argentina nos últimos quatro anos devido aos problemas cambiais. Os investimentos na era Kirchner eram convertidos pela cotação oficial do peso, cerca de 40% abaixo do câmbio paralelo.
Informações Victor LaRegina
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