Empréstimo consignado só é bom para quem está endividado, diz especialista
O governo vai estimular os empréstimos consignados autorizando os bancos a usar o FGTS dos trabalhadores como garantia do crédito. Em nota, o Ministério da Fazenda afirmou que essa medida impedirá que o sistema financeiro fique no prejuízo se o tomador perder o emprego.
O economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio e ex-diretor do Banco Central enfatiza que a medida é boa no curtíssimo prazo. Em entrevista a Denise Campos de Toledo, Carlos Thadeu de Freitas sugere, também, o uso de dinheiro do Banco Central no crédito empresarial: “Uma alternativa é essa, a outra seria o BC liberar o compulsório para renegociação de dívidas das empresas e das pessoas que estão pagando”.
A garantia do trabalhador será o direito aos 40% da multa nos casos de demissão imotivada e de até 10% do saldo do Fundo de Garantia. O vice-presidente da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira, adverte que esse tipo de crédito só vale a pena para quem estiver muito endividado: “Uma dívida de R$ 1 mil no cheque especial hoje, no final do ano chega a R$ 5 mil, ou seja, aumenta 5 vezes. Então nesse caso vale a pena pegar um crédito com taxa mais barata com o FGTS porque livra de uma dívida cara e evita que ela continue a crescer. Somente nessa condição valeria fazer”.
O uso do FGTS como garantia para empréstimos consignados de trabalhadores elimina o risco dos bancos e deve permitir juros mais baixos. O governo acredita que vai destravar o consumo com essa alternativa de crédito que será criada por Medida Provisória.
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