Energia nuclear é mal aproveitada no País e expansão de usinas evitaria colapso
A ampliação do uso de usinas nucleares é apontada como alternativa para evitar colapso na geração de energia no Brasil.
O fim da recessão econômica deve levar a um aumento na demanda por eletricidade, nos próximos meses. A elevação do consumo acarretaria uma sobrecarga do sistema, que é baseado, principalmente, nas termelétricas.
Uma das possibilidades para garantir o abastecimento é estimular a atividade das usinas nucleares, que produzem, hoje, menos de 2% da energia do País.
O índice brasileiro é considerado baixo, já que, em todo o mundo, a fonte é responsável por 11% do suprimento de eletricidade.
A presidente da Associação Brasileira de Energia Nuclear, Olga Simbalista, afirmou que o uso deste recurso ainda é visto com discriminação. “Existe uma percepção pública de que ela é perigosa. Mas ao longo de toda a cadeira de produção existiram três acidentes. A apreensão quanto ao uso vem muito mais de uma sinalização econômica do que da questão de segurança”, disse.
Ela ressaltou ainda que o Brasil tem potencial para expandir a rede de usinas.
O assessor de Desenvolvimento de Novas Centrais Nucleares da Eletronuclear, Marcelo Gomes, considera que a fonte energética é mal aproveitada. “A gente tem tudo na Mao. A gente tem a matéria-prima em abundância no Brasil, a gente tem a estrutura nuclear criada, temos cursos de energia nuclear. Isso não é pouca coisa. É uma conquista que o Brasil tem e a gente não pode deixar isso se perder”, explicou.
Marcelo Gomes lembrou ainda que a energia nuclear demanda altos investimentos na fase de construção das usinas, o que reduz o interesse sobre o setor.
Atualmente, 442 reatores nucleares estão em operação em 30 países e outros 65 equipamentos permanecem em fase de construção.
*Informações do repórter Vitor Brown
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