Espaço do BC para cortar juros, no momento, é inexistente, avalia ex-diretor
O Banco Central, pela oitava vez seguida, não alterou a taxa de juros básica da economia, a Selic. O Copom manteve nesta quarta-feira (20), a taxa em 14,25% ao ano. Os juros básicos estão nesse nível desde o fim de julho do ano passado.
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, da rádio Jovem Pan, o ex-diretor do Banco Central, Alexandre Schwartsman, afirmou que ainda estamos caminhando para uma inflação alta neste ano, mas destacou a atitude do BC de destacar as previsões para o próximo ano.
“O Banco Central entrega a inflação na meta ano que vem, caso mantenha a taxa de juros constante no atual nível. O espaço dele para cortar juros, neste momento, não é existente. O BC deixou claro que, se o Governo agir rápido no que diz respeito aos gastos, ele vai ter espaço para cortar juros, mas sem isso é difícil”, disse.
Segundo o economista, as intenções do Governo são “as melhores possíveis”. “Diagnóstico correto, anúncios bons, mas do ponto de vista de medidas concretas, a gente viu muito pouco”, avaliou.
Sobre os cortes, Schwartsman acredita que deva ser feito em outubro, meados de novembro, já que o País precisa resolver o imbróglio político referente ao impeachment da presidente Dilma, que será votado após as Olimpíadas, em agosto.
“Vai acabar cortando, mas acredito que vai acontecer em outubro, novembro. Depende do que o Governo vai conseguir fazer em relação às reformas. E vai ter que esperar fim de agosto quando o obstáculo político for superado”, disse.
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