Espanha pede ajuda ao Brasil para prender suspeito de ter matado família
A polícia da Espanha já trata como concluído o caso dos quatro brasileiros encontrados mortos na própria casa, em setembro, e pede colaboração das autoridades da Paraíba para prender o principal suspeito do crime.
O jovem Patrick Gouveia, de 20 anos, sobrinho de Marcos Nogueira, é acusado de matar e esquartejar o tio, a esposa dele e os dois filhos do casal, na cidade de Pioz, que fica a cerca de 60 quilômetros da capital Madri.
O crime ocorreu há cerca de um mês e os corpos foram encontrados no último dia 18 de setembro, na casa onde a família morava.
Os investigadores espanhóis afirmam que uma série de indícios “inquestionáveis” comprovam que o rapaz é o autor do crime, mas ainda não esclareceram as causas dos assassinatos.
O Ministério do Interior da Espanha agora pressiona o Governo do Brasil, para que a prisão de Patrick seja efetuada. Ele está em João Pessoa, capital da Paraíba, e foi interrogado nesta semana pela Polícia Civil do Estado.
Apesar de uma ordem de busca e captura internacional ter sido expedida no dia 22 de setembro, o suspeito foi liberado, após prestar esclarecimentos.
O advogado Eduardo Araújo Calvalcanti, responsável pela defesa de Patrick, reforçou que o jovem é inocente e reclamou da falta de acesso ao conteúdo das investigações da polícia espanhola.
“O Patrick, toda vez que fala sobre o caso, ele nega e não sabe a quem atribuir também. Estamos indo para a Espanha para termos acesso ao acervo probatório”, disse.
O advogado Eduardo Calvalcanti informou ainda que deve viajar à Espanha, na próxima semana, para contestar as denúncias.
A Guarda Civil espanhola criticou a falta de empenho das autoridades brasileiras em desvendar o caso e informou que pretende enviar uma comissão à Paraíba para interrogar Patrick.
Em nota, a Polícia Federal do Brasil declarou que, desde que tomou conhecimento dos fatos, coopera com as investigações e disse que a Constituição Federal não permite a extradição de brasileiros.
Enquanto as autoridades tentam resolver o impasse, parentes das vítimas estão pedindo doações para custearem o translado dos quatro corpos para o Brasil.
Walfran Nogueira, irmão de Marcos Nogueira, afirmou que o Itamaraty não ofereceu nenhum auxílio aos familiares. Ele disse ainda que o translado de cada corpo custa em média 22 mil reais.
Até o momento, a campanha de arrecadação virtual conseguiu arrecadar apenas R$ 9 mil.
*Informações do repórter Vitor Brown
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