Especialista prevê que expectativa do impeachment chega a 70% na Câmara

  • Por Jovem Pan
  • 21/03/2016 11h18
Laycer Tomaz / Câmara dos Deputados Sessão extraordinária no plenário da Câmara dos Deputados nesta quinta (11)

 Para o cientista político Murillo de Aragão, cresce a cada dia o número de deputados que devem votar a favor do impeachment. Segundo o especialista, boa parte desse movimento ocorre pela incapacidade do governo de se articular: “Desde que o impeachment se tornou uma possibilidade fizemos pesquisas. É um número que oscila muito em relação à expectativa dos parlamentares ao impeachment, não a opinião porque eles não dariam já que anteciparia o voto. De um mês para cá, o número de deputados que esperam que o impeachment seja aprovado triplicou, já chega a quase 70%. É um numero bastante expressivo. (…) A resistência do governo é confusa e débil. Se houvesse uma resistência ou articulação política consistente podia se dizer que não aconteceria, afinal de contas, são poucos os votos necessários para impedir o impeachment, mas não é o que está acontecendo”.

Aragão explica em entrevista à Jovem Pan que, se houver união política em um panorama pós-impeachment, os próximos anos de governo podem definir um encaminhamento positivo para o País: “Devemos ter um governo de transição com dois anos e meio de vigência até entregar o País para um novo presidente eleito com voto direto com expressão do desejo da maioria dos eleitores. É u m governo de transição, mas um governo de reconstrução com união nacional, é o que precisamos. Com uma agenda pequena que traga a reconstrução da credibilidade fiscal, do bom ambiente econômico e do andamento normal da Operação Lava Jato. Uma agenda curta e muito complexa que dependerá da união de todos”. O especialista espera uma solução ampla com diversos políticos, empresários e figuras do meio sindical, mas destaca José Serra e Michel Temer.

Sobre a base aliada do PT, Aragão acredita que, mesmo contrária ao impeachment, é difícil manter o apoio sem a mobilização do próprio partido do governo: “Muitos não gostariam que houvesse impeachment, mas estão vendo que o governo não consegue formular uma saída para o corner que eles mesmo se colocaram. (…) Começa a ser danoso para os elementos da base política que não são do PT. (…) O PT como partido e suas forças mais próximas não chegam a cento e poucos deputados, ou seja, toda a existência política do governo depende de uma coalização que nunca se realizou, especialmente a partir da reeleição de presidente Dilma”.

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