Especialistas analisam impeachment e possibilidade de governo Temer

  • Por Jovem Pan
  • 14/12/2015 08h07
BRASÍLIA, DF, 24.11.2015: COMUNICAÇÕES-GOVERNO - O vice-presidente Michel Temer e a presidente Dilma Rousseff participam da cerimônia de anúncio dos critérios de outorgas de radiodifusão AM para FM, no Palácio do Planalto, nesta terça-feira (24). (Foto: Renato Costa/FramePhoto/Folhapress) FramePhoto/Folhapress Dilma Rousseff e Michel Temer

 Debate sobre o impeachment de Dilma Rousseff ainda está em andamento, mas políticos e manifestantes já discutem um possível governo Michel Temer. Os protestos pelo país, no domingo (13/12), foram marcados pelo clima pacífico, com direito aos tradicionais bonecos de Dilma e Lula. O verde e o amarelo predominaram nos estados brasileiros, além de faixas contra a presidente e críticas a Eduardo Cunha.

O antropólogo da UNESP, Cláudio Bertolli Filho, considera precipitado falar em um governo Michel Temer: “Ainda nem foi decidido se vai ser aberto o processo, então discutir novas composições entre os partidos políticos, a composição dos ministérios, não só é precipitado como também é de mau gosto por parte dos políticos”. O antropólogo não acredita que o processo de impeachment será rápido como quer o PT.

O doutor em ciência política pela UNB, Leonardo Barreto, lamenta que o PMDB de Michel Temer ainda não deu sinais importantes para a sociedade: “Ele não faz nenhum aceno para sociedade, e você não tem ninguém que consegue estabelecer com eficiência um canal de comunicação com as pessoas”. O especialista aponta ainda que as manifestações continuam carecendo de lideranças.

O professor de Ética e Filosofia Política da Unicamp, Roberto Romano, avalia que discutir o novo governo só mostra a fragilidade política atual: “Nós assistimos a uma enorme confusão na cúpula do poder: o vice-presidente está se preparando celeremente para assumir o cargo, tem confusão no Senado e intervenção do STF”. Roberto Romano acha difícil prever a velocidade do processo do impeachment no Congresso Nacional.

Já professor de realidade socioeconômica e política brasileira da UNESP, Max Vicente, destaca que, apesar da indefinição, as manifestações são positivas: “Eu diria que estamos em um processo de mãos amaradas, porque não adianta pedir e solicitar se o rito não está claramente definido. Por outro lado, as manifestações em um regime democrático são tranquilamente normais”. Max Vicente teme que o rito do impeachment demore mais do que os manifestantes esperam.

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