À JP, advogada de Robinho explica processo: ‘Ele é inocente e não há provas de estupro’
Marisa Ajila, representante do atacante do Santos, explicou o processo em entrevista ao Esporte em Discussão
Advogada de Robinho, Marisa Ajila foi a convidada do Esporte em Discussão, da Jovem Pan, na tarde desta quarta-feira, 14. Em entrevista exclusiva, a representante do jogador do Santos afirmou que o atacante é inocente no processo em que é acusado de ter praticado estupro coletivo em uma boate na Itália, no ano de 2017 – o atleta foi condenado em primeira instância pela Justiça italiana, mas está recorrendo em segunda e ainda tem a possibilidade de uma terceira antes da definitiva. “Ele é inocente e, consequentemente, não há provas. Em primeiro lugar, tenho a convicção de que ele é inocente. Não estaria representando ele se ele não fosse inocente, até porque é uma causa que comprometeria a minha própria carreira. É um crime hediondo e execrável. Eu sou uma mulher, que milita no futebol há vinte anos, num ambiente dominado pelos homens. Então, quero deixar isso bem claro”, falou a advogada.
“Se eu não soubesse da absoluta certeza da inocência dele, eu não estaria defendendo. O que eu tenho dizer é que eu não posso, infelizmente, passar aspectos do mérito do processo porque estamos em grau de recurso e isto deve ser feito dentro do processo. Até para não prejudicara nova defesa, que está sendo construída por advogados italianos, que são é capacitados para isso. Então, eu não posso detalhar a questão de prova e por não ser cabível a sentença. Mas temos convicção de que ela é injusta”, completou a mulher que defende Robinho.
O Santos foi extremamente criticado por ter repatriado Robinho na semana passada – o atacante firmou um contrato de cinco meses e receberá o salário de 1,5 mil até o final deste vínculo. Advogada do atleta, Marisa Ajila conta que a repercussão é injusta e que as pessoas estão sendo influenciadas por notícias falsas. “As pessoas estão sendo guiadas por informações incorretas. Pra mim, é um crime que pode ser igualado, penalmente, ao homicídio. Para mulher, é algo que nunca vai sair da cabeça. Mas, antes de condenar alguém, você tem que ter a cautela e esperar que os órgão capacitados para isso façam o julgamento até que não haja possibilidade de defesa. E, mesmo assim, em alguns casos a Justiça falha, como já vimos alguns exemplos”, declarou.
Questionada sobre o processo pela bancada do Esporte em Discussão, Marisa afirmou que não poderia dar muitos detalhes, mas insistiu que não há provas que comprove que Robinho participou, de fato, um estupro coletivo. “A própria sentença consta que está baseada porque a juíza entendeu o estado emocional da vítima e, segundo, por ela ter entendido que as conversas interceptadas mostra que a forma como as pessoas falaram da vítima é de maneira jocosa. Esse foi o embasamento da juíza. Eu não posso entrar no mérito. Sim, foi um sexo consensual, mas não da maneira como ela está relatando. O MP se baseia no depoimento dela e nas testemunhas que ela levou. Se você perguntar se existe uma prova, um DNA, um vídeo, uma declaração ou algo contundente contra o Robinho, não, não existe. É a palavra dela contra a palavra dele”, disse.
Ao mesmo tempo, Marisa tratou de explicar que Robinho pode, sim, pisar na Itália sem qualquer possibilidade de ser preso ou extraditado. “Então, algumas pessoas escreveram que ele está foragido e isso nunca existiu. A sentença é clara. A própria juíza disse que não há um decreto de prisão. Então, não existe prisão. Se não existe, ele é um homem livre e pode pisar em qualquer lugar”, falou. “Óbvio que ele está triste, não tem como não ser afetado com toda a repercussão. Mas ele tem um equilíbrio emocional muito grande e está passando isso com seriedade. Quando ele pensou em voltar para o Santos, ele sabia disso. Mas ele queria terminar a carreira no Santos, apesar de ter tido propostas para fora. Mas ele está passando por isso com serenidade, blindando a família dele, os filhos. E está focado em fazer o seu trabalho dentro de campo, deixando pra gente, especialistas, para cuidar do caso”, prosseguiu.
De acordo com a jurista, a pandemia da Covid-19 atrapalhou o desenrolar do processo, que está em segunda instância do país europeu. Ainda assim, ela crê em uma reviravolta no caso. “Se tiver uma resolução desfavorável para ele em segunda instância, ainda tem uma terceira instância e, em alguns aspectos processuais, um quarto recurso. A questão de extradição é que não existe essa possibilidade. Alguns juristas veem essa possibilidade. Até o momento, não é um assunto que nós nos preocupamos. Estamos focados em provar a inocência dele e não fugir de qualquer decisão. A nossa intenção é trabalhar para mostrar a verdade. Queremos deixar a imagem dele limpa para ele viver tranquilamente”, completou.
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