Entenda por que o Liverpool é o pior rival possível para o City na Champions
O Manchester City escapou de Barcelona, Real Madrid, Bayern e Juventus, mas não deu sorte no sorteio das quartas de final da Liga dos Campeões da Europa. Por mais estranho que possa parecer, o Liverpool, cinco vezes campeão, mas menos badalado que os rivais, era, desde o início, o pior adversário possível para o time de Pep Guardiola no mata-mata do torneio continental – o clássico inglês definirá um dos semifinalistas da principal competição de clubes do mundo.
A principal explicação para essa tese está no banco de reservas. Jürgen Klopp é, historicamente, uma pedra no sapato do treinador catalão. Técnico com mais vitórias sobre o lendário comandante do City (5), o alemão já eliminou o rival na semifinal da Copa da Alemanha de 2014/15 e o superou nas Supercopas da Alemanha de 2013 e 2014, quando estava no Borussia Dortmund e Pep, no Bayern.
Se Guardiola leva vantagem no confronto direto em jogos no Campeonato Alemão (3 a 1), Klopp ganha do catalão em partidas válidas pelo Campeonato Inglês (2 a 1). O último triunfo do alemão sobre Pep, por sinal, aconteceu recentemente, em 14 de janeiro, pela 23ª rodada da Premier League. O Liverpool engoliu o Manchester City, abriu 4 a 1 em Anfield, mas tirou o pé no fim e venceu por “apenas” 4 a 3. Foi a primeira e até aqui única derrota do City na liga nacional.
O placar do jogo do primeiro turno (5 a 0 para o Manchester City, no Etihad Stadium) tem de ser levado em consideração, é verdade, mas também precisa ser relativizado. Naquela partida, os Reds perderam o senegalês Sadio Mané, expulso por solada no rosto de Ederson, ainda aos 37 minutos do primeiro tempo e, a partir de então, ruíram em campo – quando o africano foi punido, os visitantes faziam jogo equilibrado e perdiam por 1 a 0.
Mas por que os times de Pep Guardiola sofrem tanto contra as equipes de Jürgen Klopp?
A resposta está em uma palavra mágica, mas de difícil pronúncia: Gegenpressing. Assim foi batizada a pressão exercida pelos comandados de Klopp no campo de ataque quando perdem a bola. É como se fosse um “contra-ataque do contra-ataque”.
O alemão é um dos que melhor trabalham as linhas altas, que diminuem o campo de atuação rival e sufocam a saída de bola adversária. Se um jogador de Klopp perde a bola no setor ofensivo, imediatamente se transforma em um defensor e “encurrala” o rival perto de sua área. Se a posse é retomada no campo de defesa, por sua vez, há espaços enormes para contra-atacar – situações nas quais pontas do nível de Salah e Mané costumam ser letais.
Por pressionar bem, de maneira organizada e intensa, e contra-atacar de modo fulminante, o Liverpool é um perigo para o Manchester City de Pep Guardiola, que busca sempre sair com a bola no chão e jogar com o máximo de atletas possível no campo de ataque.
Entenda mais no vídeo abaixo!
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