Imbróglio com Santos pode impedir Sampaoli de assumir o Palmeiras? Entenda
Jorge Sampaoli está envolvido em um imbróglio jurídico com o Santos e, ao mesmo tempo, tem negociações avançadas para ser o novo treinador do Palmeiras. Será que, em caso de acordo, ele poderia ser impedido de assumir o comando técnico do time alviverde? Em entrevista exclusiva ao Esporte em Discussão desta sexta-feira, Dr. Rui Cesar Públio Borges, Juiz Titular da Vara do Trabalho de Poá (SP), respondeu.
“Ele poderia assumir o Palmeiras”, afirmou. “Eu não vejo nenhum problema. A Lei Pelé não se aplica a treinadores de futebol. Então, ele é um empregado comum e, nesse caso, tem plena liberdade para buscar os seus melhores interesses. A única coisa que poderia gerar alguma dúvida seria o regulamento da Federação Paulista de Futebol, que impede que um clube contrate um determinado treinador sem que as suas verbas trabalhistas tenham sido quitadas. Mas, nesse caso, o regulamento perdeu efeito, tendo em vista que a questão foi judicializada. Então, eu não vejo nenhum problema nesse sentido”, esclareceu.
“O direito ao trabalho é uma garantia constitucional. Não pode haver nenhuma vedação. O Sampaoli entrou com uma ação na Justiça do Trabalho de Santos querendo receber a multa referente à rescisão. Então, a questão foi judicializada. Independentemente disso, eu entendo que ele já pode firmar um contrato de trabalho com a agremiação que seja do seu interesse”, finalizou.
O imbróglio entre Jorge Sampaoli e Santos é fácil de ser entendido. As partes tinham vínculo até o fim de 2020, e o contrato previa o pagamento de uma multa de 2,5 milhões de euros (R$ 11,4 milhões) em caso de rescisão. Se o treinador pedisse demissão, teria de desembolsar essa quantia nos cofres do clube. Se a decisão partisse do Santos, por sua vez, o valor teria de ser pago pela agremiação ao treinador.
Na última terça-feira, o Santos emitiu uma nota informando que Sampaoli havia pedido demissão. No dia seguinte, porém, o técnico negou ter tomado tal atitude e desafiou o clube a mostrar um documento que provasse que a decisão pela rescisão contratual havia partido dele. O caso, neste momento, está na Justiça.
Confira, abaixo, a entrevista do Dr. Rui Cesar Públio Borges na íntegra!
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