Os Bocas

Comparar tamanhos não é das atitudes mais maduras. Para todos. Mas é esporte tão praticado quanto secar o rival. Muitas vezes torcemos mais contra os outros do que a favor dos nossos. Como palmeirense, ainda praticamos a arte de torcer contra a própria gente.
Um dos prazeres das torcidas é comparar os Bocas. Méritos xeneizes. Não há time neste continente que tenha conquistado tal reverência. O cruzeirense batido na final da Libertadores de 1977 pelo Boca acha que aquele time que seria bicampeão em 1978 foi o maior na época da competição com o apito mais armado. O santista tem todo o direito de achar por Pelé mais Coutinho que o bicampeão da América em 1963 era tão maravilhoso que venceu outro ótimo Boca – também batido pelo Santos na Bombonera.
O palmeirense tem razão de lembrar que o bicampeão de 2000-01 foi o maior. E também no apito de Rubaldo Aquino, na semifinal de 2001. O santista sofreu a revanche na decisão de 2003 diante de outro time muito competitivo. Como foi o Boca de 2007 que também ganhou duas do Grêmio. E tinha ainda Riquelme, talvez o maior craque multicampeão da Libertadores.
O corintiano pode celebrar todos aqueles Bocas e o que ele venceu no Pacaembu, em 2012. Time esforçado com camisa incomum e que teve, no ano seguinte, arbitragem de Carlos Amarilla (que foi maior que Riquelme) para eliminar o Corinthians em 2013, no Pacaembu, no apito mais danoso que já vi contra um mandante na Libertadores.
Este Boca batido pelo Palmeiras é líder disparado na Argentina. Mas não parece tão bom. Porém ninguém parece maior na América a ponto de suscitar essas comparações com a própria história e com a dos outros também.
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