‘Peres foi um grande professor… Me ensinou a como não gerir um clube’, ironiza vice

  • Por Jovem Pan
  • 26/09/2018 14h25 - Atualizado em 26/09/2018 14h42
Ivan Storti/Santos/Divulgação Orlando Rollo (esq.) e José Carlos Peres (dir.) estão rachados. Vice e presidente do Santos não se entendem

A três dias da votação que determinará se José Carlos Peres será ou não destituído da presidência do Santos, o vice, Orlando Rollo, disparou. Em entrevista exclusiva ao Esporte em Discussão desta quarta-feira, na Rádio Jovem Pan, Rollo disse que Peres “mudou de personalidade” após assumir o comando do Santos. O vice, que herdará o cargo caso o presidente sofra impeachment, aproveitou também para ironizar o ex-aliado, dizendo que, em nove meses de gestão, ele o ensinou a como não administrar um clube de futebol.

“Eu posso dizer que eu aprendi muito nesses nove meses (da gestão Peres). Eu aprendi a como não administrar um clube de futebol. O Peres foi um grande professor nesse sentido. Se eu e o novo Comissão de Gestão fizermos exatamente tudo ao contrário do que o Peres fez até agora, com certeza o Santos terá uma grande administração. Com ele, eu aprendi a como não gerir um clube de futebol”, detonou.

Antes pertencentes a grupos políticos distintos, Orlando Rollo e José Carlos Peres se uniram para participar da última eleição presidencial do Santos. A vitória foi conquistada, é verdade, mas, logo no primeiro dia de gestão, presidente e vice começaram a se desentender. As diferenças só aumentaram ao longo do tempo e chegaram ao ponto atual, insustentável. Rollo argumenta que Peres ignora o Comitê de Gestão, não sabe que rumo dar à sua gestão e toma decisões sem consultar ninguém. Já o presidente acusa o vice de ser um “problema sem solução” e de estar sendo movido pelo desejo de alcançar o poder”.

Rollo explicou o que motivou o racha. “A gente viveu uma eleição harmônica, bem estruturada, tanto que ganhamos com uma margem considerável. A minha decepção começou já no período de transição e foi se agravando quando, no transcorrer deste ano, ele não seguia as determinações emanadas pelo Comitê de Gestão. Muitos atos que, pelo estatuto, deveriam ter a anuência do Comitê de Gestão não eram feitos dessa maneira. Eram feitos da cabeça dele, e posteriormente o Comitê de Gestão era avisado”, reclamou.

“Eu quero esclarecer que essa rota de colisão do José Carlos Peres não é só comigo, e sim com o Conselho Deliberativo do Santos em sua maioria, com os associados e, principalmente, com os membros do Comitê de Gestão. Muita gente não sabe, mas o regime do Santos não é presidencialista. Quem administra o clube é um Comitê de Gestão formado por nove pessoas: o presidente, o vice e mais sete conselheiros nomeados pelo presidente. Quatro membros já deixaram o Comitê de Gestão, que está operando com o seu número mínimo. Então, essa rota de colisão não é só comigo, é com todo mundo que vive o cotidiano do Santos”, finalizou.

A votação que definirá se José Carlos Peres será ou não destituído da presidência do Santos está marcada para o próximo sábado. Entre as 10h e 18h, os sócios alvinegros votarão, na Vila Belmiro, pela aprovação ou não do impeachment de Peres. Se ele cair, quem assume o clube é Orlando Rollo.

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