Sucessão de Tabárez no Uruguai põe em xeque permanência de Aguirre no SP até dezembro

  • Por Jovem Pan
  • 19/07/2018 15h08
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Delmiro Junior/Estadão Conteúdo Aguirre, Diego Aguirre Diego Aguirre tem contrato com o São Paulo até dezembro, mas está na mira da seleção uruguaia

A provável saída de Óscar Tabárez da seleção uruguaia pode respingar no São Paulo. Isso porque Diego Aguirre, técnico da equipe tricolor, é o primeiro nome na linha de sucessão do treinador que comandou a Celeste nos últimos 12 anos – o contrato de Tabárez se encerrou após a Copa do Mundo, e a tendência é de que ele não seja mantido no cargo no ciclo para o Mundial de 2022.

A possibilidade de Aguirre substituir Tabárez é ventilada desde antes da Copa do Mundo. E o próprio São Paulo sabia disso – tanto que assinou com o uruguaio apenas até dezembro. O problema, no entanto, é que a Associação Uruguaia de Futebol (AUF) tem trabalhado com a possibilidade de contratar um novo treinador já nas próximas semanas, com o objetivo de acelerar a preparação para a Copa América de 2019.

Neste caso, o telefone de Aguirre pode tocar.

“Por mais que falem que o Aguirre disse antes da Copa que não sairia do São Paulo, que só iria para a seleção uruguaia em dezembro, não é bem assim… A coisa está mudando na Associação Uruguaia de Futebol! O Uruguai fará alguns amistosos neste ano, e, se a AUF pedir a ida imediata do Aguirre, não dependerá mais dele. Não tem multa no contrato. Ele vai dizer que o cenário mudou, que pediram para ele ir agora… E aí? Vai sair como traidor? Não!”, afirmou o repórter Marcio Spimpolo, durante participação no Esporte em Discussão desta quinta-feira, na Rádio Jovem Pan.

Há uma espécie de “acordo de cavalheiros” entre São Paulo e Aguirre. As partes combinaram que, se um convite da AUF chegar antes de dezembro, o treinador recusará. Não há, no entanto, nenhuma garantia contratual de que isso irá acontecer – o vínculo de Aguirre não é protegido por multa rescisória. Também coloque na balança o fato de o Uruguai já ter três amistosos confirmados para 2018 (México, Equador e França) e mais dois agendados até o fim do ano e… Uma mudança pode ocorrer em breve.

“O que o Aguirre deixa claro nas entrevistas é que, se depender dele, ele fica no São Paulo até dezembro. Porque aí fica aquela abertura para, depois, ele dar a desculpa: ‘não dependeu só de mim. Me chamaram para ir agora'”, explicou Spimpolo. “A verdade é que, se a Associação Uruguaia pedir para o Aguirre ir agora, ele irá agora! Vai tentar ficar até dezembro, mas, se a Associação Uruguaia bater o pé e não liberar, ele sai”.

Diego Aguirre é considerado o favorito para assumir a seleção uruguaia por dois motivos: a experiência em grandes clubes da América do Sul – ele já passou por Peñarol, Internacional, San Lorenzo, Atlético-MG e, agora, comanda o São Paulo – e o fato de já ter trabalhado em conjunto com Óscar Tabárez – em 2009, Aguirre foi o técnico do Uruguai no Mundial Sub-20.

O segundo fator é levado em consideração porque, ao que tudo indica, o treinador celeste nas últimas três Copas assumirá um cargo diretivo na AUF quando a sua saída do comando técnico for oficializada – ele já tem 71 anos, sofre com um problema na coluna que limita os seus movimentos e dificilmente se manterá à frente do banco de reservas uruguaio até a Copa de 2022.

A situação, é claro, preocupa a diretoria são-paulina. Primeiro, porque Aguirre acertou o time, atual vice-líder do Campeonato Brasileiro. Segundo, porque ele seria o terceiro estrangeiro seguido a deixar o Tricolor para assumir uma seleção nacional: Juan Carlos Osório trocou o São Paulo pelo México em 2015, e Edgardo Bauza aceitou um convite da Argentina um ano depois.

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