Estudo mostra que pessoas estão mais tolerantes a tortura para obter informações
Quais são os limites da guerra? Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (05) pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha alerta o crescimento do número de pessoas que aceitam a tortura, sob um estado de guerra.
36% dos 17 mil entrevistados concordaram que combatentes capturados podem ser torturados para revelar informações. Apenas 48% das pessoas afirmaram que torturar é errado.
Em 1999, 66% dos entrevistados consideravam a tortura um crime, mesmo diante da necessidade de obter informações numa guerra.
Presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Peter Maurer, lembrou que este levantamento nos mostra a urgência de voltarmos a estabelecer limites para a guerra. “Nos últimos anos a população civil tem sofrido as consequências das guerras, e procura respaldo nas leis humanitárias internacionais para sua preservação. Essas normas devem ser obedecidas por todas as partes envolvidas nos conflitos para evitarmos ataques indiscriminados e com o intuito de preservarmos a dignidade humana”, disse.
Nos Estados Unidos 46% da população afirmou ser legítimo torturar um prisioneiro para obter informações militares.
Na Síria, que vive uma guerra há cinco anos, apenas 20% da população apoia a tortura de prisioneiros.
A pesquisa, feita em 16 países, mostrou que, quanto mais perto estamos de um conflito, mais humanas tendem a ser nossas respostas e, portanto, menor é a tendência da população para aceitar métodos de tortura.
Feito periodocamente, o estudo busca saber como a opinião popular aceita a ideia de que, mesmo na guerra, é preciso ter limites de atuação.
*Informações da repórter Helen Braun
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