Europa vive dilema sobre como reagir a armas químicas na Síria
A Europa discute qual reação tomar depois do ataque químico realizado no norte da Síria no início da semana. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos, que fica baseado aqui no Reino Unido, aponta que 20 crianças e 52 adultos morreram depois de um bombardeio utilizando gás sarin.
A região na província de Idlib é uma das poucas áreas do país que ainda estão sob o comando de rebeldes que tentam derrubar o regime de Bashar Al Assad.
Por isso a suspeita mais forte é de que o ditador seja o responsável por atacar a sua própria população com armas químicas, algo que ele já foi acusado de fazer outras vezes.
A declaração do presidente americano Donald Trump ontem de que Assad cometeu uma afronta à humanidade, e a indicação de que os Estados Unidos podem agir de forma unilateral estão movimentando a diplomacia europeia.
França e Reino Unido, que fazem parte do Conselho de Segurança da ONU ainda têm atuado de forma muito tímida neste episódio principalmente para condenar a Rússia, que é a grande aliada e fiadora política e militar de Assad.
O governo de Moscou segue bloqueando qualquer ação da ONU no caso. O Kremlin afirma que, na verdade, as armas químicas eram dos rebeldes que estavam na região. As posições deles foram bombardeadas por caças sírios na terça-feira e durante o ataque as bombas químicas dos rebeldes acabaram atingidas e afetaram a população.
Essa teoria é considerada bastante lúdica por analistas aqui na Inglaterra, mas alguns observadores da ONU afirmam que ela de fato pode ter ocorrido.
O ponto discutido por aqui é qual reação contra Assad pode ser tomada de forma efetiva no momento. Porque simplesmente bombardear a Síria sem um plano a longo prazo não parece o caminho mais construtivo no momento. O financiamento de grupos rebeldes, sem que armas e dinheiro estrangeiros caiam nas mãos de extremistas, também é outra via pouco confiável.
A situação parece mais de espera pelo que os Estados Unidos vão fazer. Até a semana passada as indicações da Casa Branca eram de que o país não se envolveria mais no conflito, levando o America First ao pé da letra. Mas como as decisões de Trump são imprevisíveis, Bashar Al Assad pode ter menosprezado uma possível reação americana mais contundente.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.