Eventual anistia ao caixa dois é um “tapa na cara da sociedade”, diz Reale Jr.

  • Por Jovem Pan
  • 25/11/2016 09h27
Ele é um dos autores do pedido protocolado no ano passado Marcelo Camargo/Agência Brasil Miguel Reale Jr. discursa durante sessão do julgamento do impeachment no Senado

O adiamento da votação das medidas contra a corrupção para a próxima terça-feira (29) não encerra a polêmica sobre uma eventual anistia ao caixa dois e a revolta sobre o caso toma as redes sociais e divide opiniões.

Enquanto alguns parlamentares buscam a anistia, a sociedade civil critica o que pode “esquecer” os crimes cometidos pelos políticos antes da promulgação da lei.

“É um tapa na cara da sociedade brasileira. O texto é extremamente grave e começa dizendo que não é punível a doação contabilizada. Se a doação não é contabilizada, não é caixa dois, é a propina que vira caixa um, é a propina da empreiteira”, disse o jurista Miguel Reale Jr. sobre a emenda que circula em plenário que anistiaria o caixa dois.

Confira abaixo a emenda:

O jurista, em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, julgou que a emenda é uma “imoralidade” e pretende não levar em consideração os crimes que políticos cometeram antes dela. Reale pediu ainda pressão social para que a sociedade impeça “a imoralidade inacreditável que é o legislador desvirtuar a atribuição que lhe foi dada para se beneficiar”.

“É um abuso do direito de legislar e aproveitar-se do direito de legislar para se auto-proteger de um delito praticado”, criticou.

Confira a entrevista completa:

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