Ex-diretor do BC acredita ser necessário rever despesas obrigatórias do governo

  • Por Jovem Pan
  • 24/05/2016 09h27
:GABRIELA BILÓ/ESTADÃO CONTEÚDO/AE GABRIELA BILÓ / Estadão Conteúdo Ex-diretor do Banco Central vê no aumento do desemprego uma das forças que puxarão a inflação para baixo em 2021

 Alexandre Schwartsman, ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, questiona o déficit fiscal de R$ 170 bilhões, mas afirma que se valor for realmente esse, será necessário rever as despesas fixas do governo: “Sou muito cético, R$ 170 bilhões parece um valor muito alto como projeção de déficit. (…) Um caminho, e vamos admitir que o buraco seja de R$ 170 bilhões, no conjunto total das despesas obrigatórias que o governo pode cortar, se magicamente não tivesse mais as despesas discricionárias no país, cortaríamos R$ 120 bilhões, mas faltaria ainda R$ 50 bilhões. Estamos chegando no momento em que vamos tratar das despesas obrigatórias”.

Em entrevista à Jovem Pan, Schwartsman aponta a necessidade de rever à Constituição, processo que deve demorar já que passa pelos órgãos do legislativo.

Sobre o episódio envolvendo Romero Jucá, o economista acredita que o governo começa sua gestão de maneira “torta”: “Jucá era visto como uma pessoa que teria uma papel relevante para tentar aprovar medidas que a gente sequer conhece, que vão ser anunciadas hoje (24). É um governo que já começa de maneira meio torta, com um ministro importante obrigado a renunciar por suspeita de obstrução da Justiça”.

Schwartsman afirma que existe muita expectativa, do ponto de vista econômico, na equipe de Temer, mas que o trabalho a ser enfrentado é árduo: “É uma área onde não se tem o direito de falhar. Qualquer escorregada vai custar caro. Se avançarem um pouco já está bom. É de fato um governo de transição. Se for bom, vão entregar as coisas para o sucessor de forma encaminhada, mas nada garante que será bom porque é um trabalho político árduo”.

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