Ex-executivos da Odebrecht confirmam propina para construção de Angra 3
Ex-executivos da Odebrecht revelaram em depoimentos detalhes e fraudes em contratos, além do pagamento de propina durante a construção da usina nuclear Angra 3.
Henrique Pessoa Neto relatou que o edital chegou a ser modificado por conta da influência das empreiteiras que participavam do consórcio, entre elas: Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, UTC, Camargo Corrêa e a Odebrecht.
“Para a Eletronuclear esse grupo representaria a tranquilidade de que teria capacidade técnica para fazer frente ao desafio de ‘fazer a lama’”, disse.
O ex-vice-presidente Odebrecht, Henrique Valadares, em outra delação, descreve o pagamento de propina na licitação para a troca de um gerador da Usina de Angra 1. Ele disse também ter sido pressionado.
Segundo o ex-executivo da empreiteira, o edital vencedor seria o de uma empresa francesa, proposta de preço com valor inferior ao da Westinghouse/Ibedrola, que venceu o processo.
De acordo com o delator Fábio Gondolfo, o PMDB teria solicitado propina ao presidente da UTC, Ricardo Pessoa, que liderava o consórcio para a execução da obra da usina de Angra 3.
“E no final, o Ricardo [Pessoa], isso era época de eleição. Ele veio e falou ‘assumi uns compromissos políticos com o PMDB e queria compartilhar esse compromisso entre todos’”, contou.
Os pedidos de propina teriam sido feitos após deflagrada a Operação Lava Jato.
*Informações do repórter Felipe Palma
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