Ex-ministro afirma que permanência de Dilma não fará do País uma Venezuela

  • Por Jovem Pan
  • 02/04/2016 12h51
Brasil, São Paulo, SP. 10/04/2003. O economista Maílson da Nóbrega fala durante seminário sobre as perspectivas da economia brasileira realizado no auditório do Renaissance São Paulo Hotel, na capital paulista, em abril de 2003. - Crédito:SEBASTIÃO MOREIRA/ESTADÃO CONTEÚDO/AE/Codigo imagem:62718 SEBASTIÃO MOREIRA / AGÊNCIA ESTADO Maílson da Nóbrega

 O ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, acredita que em um curto prazo as condições econômicas e sociais não devem melhorar, com o aumento do desemprego, perda da atividade econômica e da competitividade da indústria. A situação é agravada pela instabilidade de comportamento do mercado diante da crise política, indicando melhorias no caso da saída de Dilma Rousseff do governo e um aprofundamento da crise caso ela permaneça.

Em entrevista à Jovem Pan, Nóbrega diz, mesmo que não ocorra o impeachment, a crise do país não chegará aos patamares da situação econômica da Venezuela: “A sobrevida de Dilma não levara o País à situação da Venezuela, está longe disso, mas a decepção vai dar uma murchada nas expectativas”. O ex-ministro acredita que mesmo com a permanência da presidente, caso o processo não seja aprovado no legislativo, outros pedidos de impeachment virão e o governo perderá ainda mais suas bases”.

Com o governo focado em sobreviver ao processo de impeachment, questões importantes como a recuperação da confiança de consumidores e investidores são deixadas de lado, mas para Nóbrega a crise econômica já estava anunciada antes do imbróglio político: “A rigor tudo isso estava previsto, desde muito tempo se tem diagnóstico que os erros de condução da política econômica levaria à situação trágica que vivemos. Enquanto não houver desfecho da situação política, dificilmente o País reunirá as condições para pelo menos sinalizar um certo tempo para a volta do crescimento”.

Sobre o desequilíbrio das contas públicas, o ex-ministro afirma que o Brasil não caminha para um calote da dívida externa e acredita que em 2018 as coisas devem melhorar: “O Brasil não caminha para um calote da dívida externa, mas o governo não vai conseguir melhorar as contas públicas. (…) O que talvez possa acontecer, mas ainda está longe disso, é uma situação que a dificuldade do governo de rolar sua dívida levará a um fenômeno de monetização da dívida, ou seja, o governo paga a dívida com emissão de moedas. Seria um calote na dívida do tipo que houve na Grécia. Mas antes desse processo chegar acho que vai ter uma nova rodada que levará ao impeachment ou chegaremos a 2018 que terá uma renovação de liderança, alternância de poder e o Brasil preservará seu enorme potencial”.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.