Ex-ministro afirma que relação de Dilma Rousseff e Michel Temer nunca foi aberta e de confiança

  • Por Jovem Pan
  • 09/12/2015 08h46
Elza Fiúza / Agência Brasil Moreira Franco

 O presidente da Fundação Ulysses Guimarães e ex-ministro Welington Moreira Franco afirma ter sido uma das pessoas que leu em primeira-mão a carta do vice-presidente, Michel Temer, para Dilma Rousseff. Ao ser questionado se ele participou da redação da carta, afirma: “A carta foi feita por Temer. Evidentemente algumas pessoas leram antes de divulgar, eu li. Essa carta é pessoal e todos sabem que a relação deles nunca foi uma relação aberta, de confiança”. Moreira Franco foi citado na carta do vice-presidente no trecho: “A senhora, no segundo mandato, à última hora, não renovou o Ministério da Aviação Civil onde o Moreira Franco fez belíssimo trabalho elogiado durante a Copa do Mundo. Sabia que ele era uma indicação minha. Quis, portanto, desvalorizar-me. Cheguei a registrar este fato no dia seguinte, ao telefone”.

Moreira Franco afirma que o PMDB contribuiu para a recuperação da moeda e estabilização econômica, mas reclama da pouca atuação do partido nos últimos tempos: “Não tivemos nenhuma participação na política econômica ao longo dos anos”.

Ao ser questionado sobre o fato do partido se aliar com quem está no poder, independente da orientação do partido, Moreira Franco afirma: “Desde o Plano Real, o PMDB vota no Senado com a mesma orientação. Nós apoiamos o ajuste na época do Fernando Henrique Cardoso. Ao longo dos anos todos tivemos uma coerência que não foi seguida nem pelo PT ou pelo PSDB. Não participamos de nenhum erro ou acerto”.

O ex-ministro da Aviação Civil afirma que o seu partido não se articula politicamente em prol de outro partido: “Há uma característica do PMDB, que é um partido que não tem dono, é uma frente, foi criado de baixo para cima, desde que era MDB. O partido não faz acordo em plano nacional”.

Sobre a decisão do STF que suspendeu a instalação da comissão do impeachment da presidente Dilma Rousseff, Moreira Franco diz que se deve respeitar a decisão da Corte.

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